Nesse post iniciei um Tour a pé pelo Centro Histórico de Vitória que é fascinante. Este post é a continuação.
No post anterior parei no Theatro Carlos Gomes, aproveite então para circular pela Praça Costa Pereira, que nos anos 1950 e 1960 foi o point da sociedade capixaba, onde os rapazes andavam no sentido horário e as moças em outro, e quando passavam uns pelos outros havia troca de olhares como início de uma paquera. Hoje estamos vivendo uma outra época e o ritual de conquista mudou, se é que hoje tem um ritual. Mas ainda é possível encontrar na praça entre vendedores, pregadores, moradores de rua, aposentados e casais que dependendo da idade talvez tenham se conhecido naquela época. A Costa Pereira continua sendo um ponto de encontro.
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Quando você estiver na praça Costa Pereira tente imaginar como era o lugar quando o mar chegava até ali. O lugar era conhecido como prainha e depois com o aterro passou a ser o Largo da Conceição, praça da Independência e hoje a praça que conhecemos. Vitória era resumida na parte alta da cidade e o mar chegava até as ladeiras.
Os balcões em treliça em madeira de influência mourisca da Rua Erothildes Rosendo
Observando ao redor da praça você irá ver entre dois prédios uma escadaria, a Escadaria São Diogo, uma das várias que temos ligando a cidade baixa com a cidade alta. No local onde está a escadaria São Diogo, se encontrava o Forte São Diogo, que monitorava um dos acessos à cidade alta pela baia de Vitória antes do aterro. Com o aterro da baia o forte perdeu a sua utilidade sendo removido no século XIX. Existiam pequenos fortes construídos pelo Governo Geral que protegiam a vila dos invasores.
A escadaria leva à Rua Erothildes Rosendo, que era até pouco tempo conhecida como ladeira da pedra por causa do piso feito com pedra bruta da encosta. Subindo mais um pouco, você poderá observar fachadas de sobrados remanescentes do período colonial que ainda guardam as principais características da época.
E finalmente no alto está a Catedral Metropolitana. Não tenha pressa de entrar, observe primeiro a catedral pelo lado de fora, é tão bonita quanto por dentro. Demorou 50 anos para ser concluída, merece uma atenção especial. A sua construção teve início em 1920, seu projeto foi se modificando com o passar dos anos, ficando pronta só em 1970. É um monumento imponente onde se destaca o estilo arquitetônico neogótico, inspirado na catedral alemã de Colônia. A Catedral de Vitória ocupa o lugar da antiga igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora da Vitória. Com a criação da Diocese do Espírito Santo a antiga igreja recebeu o título de Catedral. Posteriormente foi demolida com o intuito de ser substituída por uma igreja maior, de acordo com o desejo de modernizar a capital do Estado.
Interior da Catedral com os vitrais. No lado esquerdo os vitrais antigos e no lado direito os novos vitrais colocados em 2013
O seu interior chama a atenção pela grandiosidade e os seu vitrais de autoria do imigrante italiano Formenti merecem destaque especial. Eles foram doados pelas famílias ricas da cidade e pelas irmandades religiosas.
A Catedral de Vitória é um dos monumentos monitorados nas visitas guiadas realizadas gratuitamente ao Centro Histórico de Vitória pelo Projeto Visitar da prefeitura. Horário de visitação: Terça à domingo e feriados: 09 às 17 horas. (27) 3235-7078 do Visitar e pode ser visitada com monitores de quarta a domingo de 13h às 17h.
Continuando o nosso passeio, ao sair da Catedral pela porta da esquerda você verá a Escadaria Dionysio Rosendo, que ao lado tem o sobrado de propriedade de Henrique Cerqueira Lima, que ocupou o cargo de vice-presidente do Estado. Da escadaria se vê o prédio do hotel Majestic, inaugurado em 1926 em ocasião do VIII Congresso Brasileiro de Geografia. Hoje funciona como Centro Cultural
Seguindo pela rua em frente a Catedral, logo adiante à esquerda está a Escadaria Maria Ortiz, onde era a ladeira do Pelourinho que ligava um antigo cais à parte mais alta da vila. Esta ladeira foi usada em 1625 pelos invasores holandeses que tentaram ocupar a parte alta de Vitória, quando foram surpreendidos por água fervente jogada pelos moradores encorajados pela jovem Maria Ortiz. Essa iniciativa ajudou na expulsão dos holandeses, transformou Maria Ortiz em heroína e em 1899 a ladeira recebeu o seu nome. A escadaria foi construída somente em 1924.
A partir deste ponto você pode continuar o passeio por esta mesma rua ( Pedro Palácios ), ou descer pela escadaria até a Rua Nestor Gomes e virar à direita. Os dois caminhos levarão até o Palácio Anchieta. Se for pela rua Nestor Gomes observe uma faixa azul pintada no chão. Ela marca o local onde, antigamente, estava o limite entre a terra e as águas do Oceano Atlântico - muito antes do primeiro grande aterro na Capital capixaba, a partir da década de 40. É na verdade uma intervenção urbana do artista Piatan Lube que faz parte do projeto "Caminho das Águas".
4 Comentários
Seu blog é muito bacana! As fotos são lindas e o conteúdo é ótimo! Parabéns! :)
ResponderExcluirMariana
Obrigado pela visita Mariana. Espero que novamente a sua visita.
ResponderExcluirOlha eu adorei o blog, sou capixaba e apaixonada por histórias antigas do ES.
ResponderExcluirTodos os dias passo no Centro e fico admirada com aquelas construções antigas, valeu pela dica da visita guiada, quando arrumar um tempinho pretendo ir!
Abraços e continue nos contando essas histórias.
Atenciosamente Paola Belffi
Realmente o centro Histórico de Vitória é muito interessante e vale uma vsita com calma.
ResponderExcluirObrigado Paola e volte sempre ao Guia&turismo.