O Salar de Tara é, na opinião de muita gente, um dos melhores passeios. Por isso já saí do Brasil decidido que ele (e o Geyseres del Tatio) não ficaria fora da minha programação. É um passeio de dia inteiro, passa dos 4500 metros de altitude e talvez tenha sido o lugar mais distante que fui de San Pedro do Atacama. Deve ser por tudo isso que ele não acontece todos os dias e nem todas agências fazem. Reserve um dia no seu roteiro para esse passeio.
Uma parte do trajeto é feito fora de estrada asfaltada. O que eixa o passeio mais interessante.
Como em todos os outros passeios, fiz esse em uma van (ou algo parecido) que durante um tempo passou por uma estrada asfaltada, mas depois passou a andar diretamente no deserto sem sinalização, deixando o passeio mais interessante. Passamos por lugares bem altos, e quando eu achava que o mal de altitude poderia atrapalhar o meu passeio, recorria a uma bala ou folha de coca (leve a sua, pois nem toda agência ou guia oferece aos turistas ). Ventava muito e acabei sentindo frio, principalmente pela manhã (não levei roupa adequada). Então, quer saber se vale a pena? Vale muito a pena!
Paisagens incríveis e diferentes no caminho.
Apesar do destino ser Salar de Tara, ele não é o único atrativo. Antes de chegar lá são feitas paradas em outros lugares com paisagens incríveis. Não sabia que seria assim e já esperava uma ida chata dentro de uma van. Fui curtindo os lugares e não achei o Salar de Tara longe. Por outro lado isso foi criando uma expectativa grande do que viria pela frente.
Parada para ver o vulcão Licancabur.
A primeira parada não demorou e aconteceu para vermos o Vulcão Licancabur, como se não fosse possível perceber a sua presença. Ele marca a paisagem do deserto, em todos os passeios eu vi o vulcão. É como se ele quisesse lembrar, o tempo todo, que o Atacama é dele. A parada ali é válida, foi o mais próximo que cheguei do Licancabur.
Vegas de Quepiaco.
Logo depois aconteceu outra parada em um mirante na região de Vegas de Quepiaco. Uma área alagada pelas águas do rio Quepiaco, com uma vegetação típica da região e com muitos flamingos. Eles estão em vários lugares. Diante daquele visual, foi servido o nosso café da manhã.
Flamingos nas Vegas de Quepiaco.
Depois de seguir pelo asfalto, saímos da estrada e foi surgindo um lugar curioso com grandes pedras, lugar bom de parar. E então paramos. São grandes esculturas de pedras formadas pela erosão do vento, conhecidas como Monges de La Pakanas. Algumas esculturas lembram os Moais da Ilha de Pascoa (também no Chile), o que faz o lugar ser chamado de Moai de Tara. Estávamos na entrada da Reserva Nacional Los Flamencos, e próximos ao Salar de Tara.
Esta pedra é conhecido com índio. Observe o tamanho da escultura em relação as pessoas, e veja à direita o Salar de águas Calientes.
Mas os monges não seriam as únicas esculturas grandiosas de pedra do passeio. Na parada seguinte, colunas imensas e paredões marcavam a paisagem. Eram as Catedrais de Tara. Estávamos praticamente no Salar de Tara, era possível avistar a laguna. Ficamos ali por algum tempo e depois pudemos optar em ir caminhando ou continuar no transporte até próximo a laguna, esta escolha vai depender de como você estiver se sentindo em relação a altitude.
Depois de uma uma curta caminhada, chega-se a laguna e é possível observar melhor os flamingos que povoam a região. Quando chegamos, o nosso almoço estava servido e ficamos ali por amis algum tempo observando o lugar antes de retornamos a San Pedro de Atacama.
O Salar de Tara é incrível sem sombra de dúvidas. Mas as boas surpresas que tive no caminho aumentaram as minhas expectativas sobre o Salar, e isso fez com que o trajeto ficasse mais interessante do que a atração principal. Talvez eu também tenha sido influenciado pelas imagens que eu guardava na lembrança de Piedras Rojas, lugar incrível que conheci no dia anterior.
Serviço do Passeio:
Não quis correr o risco de ficar sem fazer o passeio, como aconteceu com o Valle de La Luna e valle de La muerte. Então pedi para o pessoal do Hostal Campo Base reservar pra mim Salar de Tara e o Geyseres del Tatio para o último dia. O Hostal tem parceria com com a Layana Turismo que oferece um desconto ao hospede além de só pagar o passeio no Check out.
No dia seguinte a van passou no horário e seguiu pegando outras pessoas em outros lugares. Quando já estávamos na estrada a caminho do passeio, o motorista recebeu um telefonema e a van retornou a San Pedro para buscar uma pessoa. Não sei o que aconteceu pois nenhuma explicação foi dada.
Além do motorista havia um guia. Ele estava impregnado do cheiro de cigarro. Isso eu senti logo quando ele entrou na recepção do Hostal. O transporte da agência era bom mas também ficou com aquela inhaca de cigarro que incomodou o passeio inteiro. O guia era bem informado a respeito da região, mas o cheiro (cheiro não, inhaca) de cigarro e a aparência desleixada dele atrapalhou.
No passeio estava incluso o almoço. Serviram arroz frio que deve ter sido preparado no dia anterior, abacate, tomate e várias coisas enlatadas como milho, atum, palmito e mais alguma coisa. Almoçamos basicamente enlatados, mas até ai tudo bem, o pior é que quando cheguei ao local vi o guia limpinho manuseando tudo aquilo com as mãos sem proteção nenhuma. A cereja do bolo foi UMA garrafa de vinho para o grupo de aproximadamente 10 pessoas. Comemos ali em pé ou sentados onde fosse possível, não havia lugar.
A agência poderia ter transformado aquele momento ali no Salar de Tara como o melhor do passeio com um almoço melhorzinho. Mas ela não teve esse cuidado.
E para humilhar mais ainda o nosso almoço, chegou ao lado outra agência que serviu o almoço em uma mesa toda preparada com cadeiras para todas pessoas. Havia pratos quentes, opção de bebidas e taças de vidro para o vinho. Sacanagem isso.
Quando cheguei ao Hostal cancelei a minha reserva do passeio do dia seguinte. Ainda bem, pois o guia era o mesmo.
Chegada: por volta das 17 horas.
Incluso café da manhã e almoço (?)
Valor: $ 45.000 pesos (valor com desconto, no câmbio do dia ficou R$ 203,00)
Site: http://www.turismolayana.cl/
Veja o roteiro da minha primeira viagem ao Chile AQUI
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