O meu roteiro no segundo dia de passeios na Chapada Diamantina foi um pacotaço com 05 atrativos entre grutas, mergulhos e um Pôr do sol que não aconteceu devido a tão necessária chuva para a região mas que atrapalhou bastante na hora dos passeios. Eu mesmo pensei que a van da agência não passaria na pousada para me buscar, e quando passou pensei em não ir. Mas mesmo com a chuva fui.
O roteiro foi o oferecido pelas agências de turismo como o Roteiro Tradicional ou Roteiro 1. No mesmo dia visita-se a Cachoeira do Diabo no Rio mucugezinho, gruta da Lapa Doce, grutas Azul e Pratinha por último o Morro do Pai Inácio. Mas a ordem pode ser alterada, e foi o que aconteceu devido a chuva que caia todos os dias no fim da tarde e que neste dia veio logo pela manhã. Portanto começamos pela Gruta da Lapa Doce que é possível visitar mesmo com chuva e o Morro do Pai Inácio que normalmente é feito por último para aproveitar o pôr do sol, foi antecipado para logo depois do almoço mas não adiantou nada, ela caiu mais cedo e acabamos não vendo nada.
Mas o dia foi bom e mesmo com chuva aproveitei todos os atrativos. E o nosso roteiro ficou assim:
GRUTA DA LAPA DOCE
A primeira escada do dia. Um roteiro com muitas escadas.
Uma gruta fantástica. Já tive a oportunidade de conhecer belas grutas em Minas Gerais e a surpreendente Gruta do Limoeiro na minha terra. Mas a Gruta da Lapa Doce tem salões grandes como se fosse um só, são altos e a gente caminha um quilômetro dentro dela confortavelmente sem precisar ficar se abaixando, e as estalactites e estalagmites criaram formas incríveis. Durante a visita todos usam lanternas que em determinado momento são apagadas para que possamos sentir a escuridão total que é dentro dela. Comecei muito bem o meu dia.
Tem centenas de grutas na região da Chapada Diamantina, e a gruta da Lapa Doce é uma das poucas que são abertas a visitação. Mas para isso há um controle do número de visitantes, os grupos são pequenos – 12 pessoas - e acompanhados por guias da gruta. O valor do ingresso já inclui o guia (não sei o valor, oingresso já estava incluso no pacote).
A van nos deixou na portaria, recebemos lanternas, recebemos algumas explicações seguimos com os guias. Como estávamos em 13 pessoas, foram dois guias sendo que um ficava por último para fechar o grupo, e eu claro ficava com este para ir devagar. O serviço dos guias foi bom, com informação e paciência.
Fizemos uma curta caminhada até o início da descida para a entrada da gruta e no caminho já tem um belo visual com paredoões rochosos. Para chegar até a boca da gruta é preciso descer mais de 70 metros, para descer todo santo ajuda mas a subida, que foi por outro lado, eu senti. A escada é pior e com a chuva os degraus estavam deslizando, precisando de mais cuidados.
GRUTA PRATINHA E GRUTA AZUL
Gruta do Rio Pratinha.
Dali seguimos de van para a fazenda da pratinha. Ali conhecemos mais duas grutas, a da Pratinha e a Azul. Mas o lugar não oferece só as grutas, é na verdadde uma área de lazer para passar o dia ou também se hospedar se for o caso. Na entrada o visitante tem que pagar pelo ingresso (também não sei o valor) que dá direito aproveitar a área comum, tomar banho na prainha do rio Pratinha e visitar as grutas, mas se quizer flutuar na Gruta do rio Pratinha vai ter que desembolsar R$ 40,00.
Gruta do Rio Pratinha.
Pois é, na gruta do Rio Pratinha é permitido o mergulho e flutuação. Mas nao é assim chegar e mergulhar não, tem que comprar o ingresso, descer uma escada e esperar a sua vez para ir acompanhado pelo guia da gruta. São formados pequenos grupos e é obrigatório o uso de coletes, pé de pato e snorkel com máscara, mas tem gente que não usa a máscara. Eu mesmo tirei várias vezes.
Se preparando para o mergulho.
O mergulho é muito bom mas demorou no máximo uns 20 minutos (havia uma fila de gente para mergulhar) e só pode ir onde o guia disser. Não vá esperando ver um monte de peixes grandes e coloridos, é uma gruta e a única claridade é da lanterna que você leva, o interessante é flutuar passando bem perto do teto da gruta - quem tem claustrofobia não vai gostar – e de preferência de costas. Tem que ficar flutuando o tempo todo para não ficar encostando no fundo e não agredir o que restou dos micro buzios e conchinhas. Já de volta do mergulho com a claridade externa a água fica cristalina e aí sim se vê o fundo rochoso com pequenos peixes.
Gruta Azul. Na foto não parece tanto mas a cor da água realmente impressiona.
Outro atrativo que é pago separadamente (R$ 20,00) é a tirolesa mas eu não fui, achei pequena e baixa. O tempo para fazer as duas atraçoes foi praticamente cronometrado, não tendo tempo assim para aproveitar a prainha do rio (na verdade nem foi dada esta opção para nós). Então se não quiser, ou achar que não vale a pena o mergulho, vá direto e aproveite o seu tempo na prainha que tem uma água convidativa.
Gruta Azul, aqui não pode mergulhar.
Almoçamos uma comida gostosa ali mesmo e depois de um tempo fomos caminhando conhecer a Gruta Azul que fica também ali na fazenda. Uma caminhada tranquila mas para variar havia uma escada e ingrime para chegar até ela. É outro lugar com uma água show de bola mas infelizmente não é permitido mergulhar, só contemplar.
Gruta Azul.
Entre os meses de abril e setembro o sol invade a gruta refletindo na água fazendo com que ela ganhe uma tonalidade forte de azul. Mas isto só acontece entre as 14h e 15 horas. Pois é, fui em janeiro então não vi mas valeu a visita.
Uma das escadas da Gruta Azul.
Queria ter um pouco mais de tempo para aproveitar melhor a fazenda Pratinha. Devido a época havia muita gente, em outra época acredito que seja mais tranquilo e aí épossivel curtir a praia de rio, e flutuar por mais tempo na Gruta do rio Pratinha.
MORRO DO PAI INÁCIO
Sem pôr do sol, este foio melhor momento no morro do Pai Inácio.
Dali seguimos de van para o cartão postal da Chapada, o Morro do Pai Inácio. Fomos logo pra lá para fugir da chuva de fim de tarde que estava caíndo todos os dias, mas não teve jeito. Quando chegamos lá cairam os primeiros pingos e uma cerração se formava, mas na esperança de que tudo melhorasse e assim pudessemos ter a vista de 360º lá de cima, iniciamos a subida.
Para variar eu fazia parte da última turma, subia devagar e parando sempre. Mas para quem está acontumado e em forma, a subida de 300 metros é tranquila. No caminho a chuva foi engrossando e a cerração piorava mas continuei até próximo ao topo quando os primeiros do grupo já estavam voltando e ácabaram com as minhas esperanças afirmando que não se via nada, então aproveitei uma cobertura e parei por ali mesmo e fiquei esperando os outros que desciam. Foi chegando um, chegando outro e logo tínhamos a maior parte do grupo reunido. O guia de turismo Cleiton então aproveitou para contar a lenda do pai Inácio e tivemos um momento bem discontraído. Foi o que salvou a nossa subida.
CACHOEIRA DO DIABO
Tinhamos ainda o último atrativo que era a cachoeira do diabo no rio Mucugezinho. A van parou bem na porta de uma loja de lembrancinhas que dá acesso ao rio, assim andamos pouco mas novamente uma escada. Este dia foi uma prova pra mim e confirmei que estou totalmente fora de forma. No roteiro o nível de dificuldade é moderado, mas eu cansei quando tive que encarar as escadas.
A chuva dos últimos dias estava deixando os rios cheios e acabou que não aproveitamos bem o lugar. Não fomos a cachoeira e tivemos acesso só ao rio e, pelas fotos que vi depois, não aproveitei quase nada do que o lugar oferece. Mas pelo menos no rio havia uma pequena queda d’água e era possível mergulhar e estava melhor para banho do que na Gruta do Rio Pratinha, queria ter ficado mais. Por causa da chuva não levei a máquina fotográfica e não tenho nenhuma foto do lugar.
Paisagem sobre a Gruta da Lapa Doce.
SERVIÇO
Fiz o passeio com a agência Chapada Adventure que fica bem no centro de Lençóis. O site dela é muito bom e está atualizado com valores dos passeios. Gostei do serviço desde o atendimento do Daniel na agência até a realização em uma boa van com ótimo ar condicionado, motorista e um guia de turismo.
Não foi corrido mas por ter muitos atrativos acho pouco tempo na Fazenda Pratinha e no rio Mucugêzinho. Talvez seja o caso de dividir o roteiro.
Saída: 08 horas (eles pegam no hotel).
Chegada: depois das 18 horas.
Valor: R$ 190,00 (este valor é no cartão e se pagar em dinheiro tem 8% de desconto. Já estão incluídos ingressos, seguro e almoço).
Não achei barato os passeios na Chapada. Mas não precisa necessariamente fazê-los com uma agência. Tem sinalização de como chegar em todos os lugares e neles tem guias. Pra mim que estava sozinho foi melhor fazer com agência.
Leia mais sobre a minha viagem a Chapada aqui.
2 Comentários
Parabéns Marcelo. Você relatou com excelência as maravilhas que compõem a Chapada! Adorei o aviso para quem tem claustrofobia . Passei aperto!
ResponderExcluirObrigado pela visita ao blog. Volte sempre.
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