Gosto muito de atrativos históricos, mas ultimamente são os atrativos naturais, as grandes paisagens, que estão me atraído e definindo os meus destinos. Foi assim quando fui conhecer os Lençóis Maranhenses, deserto do Atacama, Os Pontões Capixabas, Chapada Diamantina, Hidrolândia aqui mesmo no Espírito Santo (ainda não tem post), e agora a minha última viagem aconteceu depois de visto uma imagem de uma grande barreira de gelo.
Perito Moreno, a geleira que fez eu ir a Patagônia.
Imaginei ser muito distante e já estava me conformando que seria um lugar com grandes chances de não ser visitado por mim, devido a custos. Bom, para quem faz viagens econômicas realmente não é barato mesmo, mas não fica longe, fica aqui na América do Sul ali na Patagônia Argentina.
Comecei a pesquisar para planejar a viagem e fui descobrindo outros atrativos na região, e quando isso acontece é um perigo pois o roteiro vai aumentando. Mas ter mais coisas pra ver e fazer foi melhor para justificar o custo da viagem. A tal da barreira de gelo que vi é uma geleira, ou melhor, um glaciar com nome e sobre nome, Glaciar Perito Moreno e fica no Parque Nacional Los Glaciares. Pelo nome do parque já deu para perceber que não é o único glaciar dali, e com isso outros passeios entraram foram sendo programados.
Ainda na Patagônia Argentina tem uma cidade de Ushuaia que devido a sua proximidade com a Antártida, é conhecida como o Fim do Mundo. Eu não ia perder a oportunidade de conhecer o fim do mundo. E já que teria conexão em Buenos Aires, porque não aproveitar para comer um Bife de Chorizo e assistir a um Tango?
As cores do Outono.
O roteiro já estaria bom mas ao lado da Patagônia Argentina tem a Patagônia Chilena com o Parque Nacional Torres Del Paine. Fui pesquisar a respeito e pronto! O roteiro cresceu e não dava mais para ser feito em um feriado, precisava de mais tempo e sendo assim não foi possível viajar ano passado devido o trabalho de segunda a sexta numa escola. Depois de entender o que era o que e onde ficava tal coisa tive que arquivar o roteiro e esperar uma oportunidade, que só aconteceu agora em abril.
Torres Del Paine.
Patagônia é uma região no extremo sul da América do Sul e ocupa território da Argentina e Chile. A cidade Argentina Ushuaia está somente há 1000 km da Antartida. Tem de um lado o Oceano pacífico e de outro o Oceano Atlântico. Faz muito frio, tem neve, geleiras e pinguins. A origem da palavra tem a ver com os nativos que eram considerados muito grandes comparados aos europeus que ali chegaram e por isso chamados de Patagones.
O ROTEIRO
1º DIA: Chegada a Buenos Aires.
Cheguei no fim da tarde. Não deu para fazer nada neste dia a não ser câmbio e comer um bife de Chorizo, estava morrendo de fome. Fui a Gran Parrilla Del Plata mas ainda estava fechada, acabei entrando no bar La Poesia na outra esquina da mesma calçada. Gostei com um clima bom, estava quase vazio quando cheguei mais quando sai já estava bem movimentado. Lá não é cobrado o Cubierto.
2º DIA: Buenos Aires.
Desta vez só tinha um dia na cidade então programei três lugares que ainda não conhecia, visita guiada no Teatro Cólon, a Biblioteca El Ateneu e o Cemintério da Recoleta. Como chovia, o cemintério não foi desta vez. Além das visitas fiz duas coisas que gosto muito, comer bife de chorizo e ver tango. O chorizo comi na Parrilla da Peña, muito bom, e o tango assisti em um lugar alternativo sem jantar, no Centro cultural Borges que funciona na Galeria Pacífico.
3º DIA: Buenos Aires – Ushuaia.
4º e 5º DIAS: Ushuaia.
6º DIA: Ushuaia – El Calafate.
7º – 9º DIAS: El Calafate
10º DIA: El Calafate – Puerto Natales.
11º DIA: Puerto Natales (Torres Del Paine)
12º DIA: Puerto Natales – Punta Arenas.
Muita gente vai de El Calafate a Puerto Natales, faz Torres Del Paine e volta a El Calafate para fazer a viagem de retorno por Buenos Aires. Outra opção é fazer a viagem de retorno por Santiago, como fiz. Para isso é preciso ir até a cidade de Punta Arenas onde fica o aeroporto mais próximo. A viagem até Punta Arenas demora a metade do tempo da viagem até El Calafate. A escolha de por onde voltar depende de alguns fatores, como por exemplo o valor da passagem. No meu caso foi melhor retornar por Santiago, e aproveitei para conhecer Punta Arenas.
13º DIA: Punta Arenas e viagem de retorno.
K
K
COMO CHEGUEI
Usei milhas nos trechos Vitória – Buenos Aires e Punta Arenas – São Paulo. Sendo assim tive que comprar os trechos todos separados e usei a TAM/LAN e Argentina Aerolineas.
De Buenos Aires a Ushuaia viajei pela Aerolíneas Argentina usando tarifa para residentes (leia AQUI). Mas a TAM/LAN também faz este trecho. Tem como ir de ônibus, mas são mais de 3000 km de distância deixando a viagem longa e cansativa. Em Ushuaia conheci um paulista que fez este trajeto usando carona.
De Ushuaia a El Calafate fui de avião pela TAM/LAN, mas também pode ser feito de ônibus passando pelo estreito de magalhães. Inicialmente pensei em viajar de ônibus para conhecer a região, mas como precisa trocar de ônibus, passar pela fronteira da Argentia e Chile duas vezes e a viagem demora o dia todo eu desisti. Acho que não vale a pena.
De El Calafate a Puerto Natales (para conhecer Torres del Paine) fui de ônibus. Não tem aeroporto em Puerto Natales. A viagem foi tranquila em ônibus confortável, demorou 06 horas mesmo parando na imigração Argentina (rápida) e imigração Chilena (mais demorada). Tem gente que faz o passeio de um dia a Torres Del Paine saindo com agências de El Calafate, pelo tempo de viagem acho que não vale a pena.
Viajei com a empresa Cootra que sai de El Calafate às 08h 30min. Tem também a empresa Zaahj que sai às 08 horas.
De Puerto Natales a Punta Arenas tambem fui de ônibus (única opção). Viagem tranquila com 03 horas de duração. Fui com a empresa Bus Sur com vários horários diários, mas tem também a empresa Buses Fernándes com horários diferentes, e ainda tem a buses pacheco só com 01 horário diário.
O fim do mundo.
MELHOR ÉPOCA
Sim eu sabia que a melhor época para ir a Patagônia é no verão, que é no mesmo período que o nosso. Mas não pude ir no verão caramba e a ansiedade não deixou eu esperar até o próximo, estão fui agora em abril no outono. E quer saber, gostei muito e não me arrependo. Tudo bem, perdi uns passeios em Ushuaia por causa do tempo, mas conheci a neve.
No verão os dias são mais longos e você aproveita mais o tempo. O fato do dia ser mais curto não atrapalhou a realização dos passeios.
No verão tem passeios que não acontecem no outono/inverno como o que leva para ver pinguins. Quando viajei já sabia disso e não fiz questão.
No verão a temperatura é mais alta (10°). Mas em compensação venta muito mais o que pode ser pior provocando uma sensação de mais frio.
Dizem que no verão não tem as cores que vi agora em abril.
HOSPEDAGEM
As minhas viagens são econômicas para que possam caber no meu orçamento, assim fico na maioria das vezes em hostels ou quando possível hotéis com preços baixos. Mas isto não signifa que procuro qualquer espelunca. Nesta viagem não foi diferente, em cinco cidades eu só não fiquei em Hostel em Buenos Aires. Gostei de todos.
Utilizei o site booking para fazer quase todas as minhas reservas. A vantagem é que em muitos estabelecimentos é possível reservar sem pagar nada antes e com possibilidade de cancelamento. Em muitos meios de hospedgens é possível reservar diretamente nos sites com preços melhores porém tem que fazer depósitos antecipados. No caso de Buenos Aires vi o hotel no booking mas fiz a reserva diretamente no site do hotel com preço melhor e sem pagar nada antes.
Buenos Aires: Hotel Mundial no centro da cidade, em quarto individual com banheiro privativo. Hotel simples mas bom, com um bom café da manhã e boa localização. Não tem frigobar mas não fez falta e o ar condicionado é central mas nesta época não chegou a ser problema. Talvez no verão o ar seja problema.
Ushuaia: Hostel Yakush na principal avenida da cidade. Mais detalhes no post sobre Ushuaia.
El Calafate: Schiling Hostel, próximo da principal avenida com bares, restaurantes e agências. Perto do terminal rodoviário. Mais detalhes no post sobre El Calafate.
Pueto Natales: Casa Cecilia, também ótima localização. Mais detalhes no post sobre Puerto Natales.
Punta Arenas: Samarce House, distante 03 quadras do centro com bom atendimento. Mais detalhes no post sobre Punta Arenas.
Tanto na Argentina quanto no Chile é cobrado o imposto sobre o valor da hospedágem. Na argentina paguei em todos. No Chile se pagar em espécie, e não precisa ser necessariamente em dolar, eles não cobram.
TRANSFER
Em Buenos aires usei o serviço da Tienda Leon, uma empresa que atende os dois aeroportos de Buenos Aires até um terminal próprio que fica em Puerto Madero praticamente no centro da cidade. Do terminal eles têm outro serviço que leva até o hotel e pode ser adquirido já no aeroporto. No meu caso que estava sozinho esta foi a melhor opção, eles cobram por pessoa e o transporte é confortável e tranquilo.
Do aeroporto de Ezeiza, que é o mais distante, até o terminal Madero o valor é de $ 175,00. Eu comprei o transfer até o hotel que era ali no centro e paguei só mais $ 10,00. Do terminal Madero até o Aeroparque o valor é de $ 75,00.
DINHEIRO
O destino é caro como todos que já foram contaram. Achei mesmo até Buenos Aires caro, pelos menos comparando com aqui no Espírito Santo. Não vou colocar aqui todos os gastos e custos, mesmo porque cada pessoa viaja de um jeito e gasta diferente o seu dinheiro. Mas é possível você saber ou pelo menos ter uma ideia fazendo reserva da hospedagem e dos passeios que pretende fazer.
Precisei de pesos argentinos e pesos chilenos para esta viagem. Levei Real para trocar por Pesos Argentinos em Buenos Aires. Li para trocar dinheiro na agência do Banco La Nación do aeroporto, pois ela não fechava nunca. Não foi o que aconteceu comigo, a agência estava fechada devido a uma greve e eu não tinha nenhum peso no bolso para pagar o transfer que não aceitava Real. O que me salvou foi a boa vontade de um senhor da pequena GB livraria que numa boa trocou R$ 200,00 no cambio oficial ($ 3,60). Portanto leve sim alguns pesos para você poder pelo menos sair do aeroporto. O restante você pode trocar no centro da cidade.
Quando cheguei ao centro as casas de câmbio já estavam fechadas. Uma brasileira que conheci numa Agência de Turismo indicou uma loja dentro de uma galeria na rua florida que trocou pra mim o Real na cotação de $ 3,70 (pesos). No dia seguinte troquei o restante que precisava para a minha viagem na casa Câmbio Alpes a $ 3,85 na Avenida Sarmiento 480. Só apresentei o passaporte.
Pesos Chilenos não precisei providenciar pois levei o que sobrou da minha viagem ao Chile do ano passado. Levei também cartão de crédito de reserva e uns dólares que tinha, e foi o que me salvou no hotel em Buenos Aires, pois a cotação deles não estava valendo a pena para pagar em real e ai foi melhor pagar em dólar. Para pagar hospedagem na argentina em espécie, é melhor usar dólar.
Em Ushuaia não precisei trocar dinheiro então não sei como estava a cotação. E El Calafate precisei de alguns pesos e a melhor cotação foi a $ 3,50 no restaurante Casimiro Bigua. Em outros lugares estava a $ 3,00 e vi até $ 2,70. Lá não tem casa de câmbio.
H
H
ROUPA
Constatei que a Patagônia é muito frio. Peguei neve em Ushuaia e temperatura negativas, mas não usei toda roupa que imaginei que fosse usar. Pensei que fosse ter que alugar roupa mas também não precisei. Agora ao contrário do verão não estava ventando forte, em muitos lugares não estava ventando nada e acho que isso ajudou pois durante muitos passeios você está em movimento e acaba não sentido o frio.
O que eu usava todos os dias era uma meia bem grossa até quase o joelho, uma segunda pele nas pernas e uma calça jeans. Na parte superior usava uma camiseta de algodão, uma brusa de frio não muito grossa e uma jaqueta. Na cabeça um gorro, boné e cachecol e nas mãos uma luva.
SEGURO VIAGEM
Não é obrigatório, mas é recomendável ter um seguro. Eu viajei com o MONDIAL ASSISTENCE, que você pode adquirir aqui no blog.LEMBRANÇAS
Escrevendo este post deu saudades do bife de chorizzo da Parrilla Peña em Buenos Aires, da neve em Ushuaia, do cordeiro que comi o Bodegon Fueguino em Ushuaia, dos glaciais, do sorvete de Calafate e do Puche de Centolla no mercado em Punta Arenas.
K
K
1 Comentários
Excelente! Gostei muito do artigo. Despertou a vontade de viajar também.
ResponderExcluir