Fui a Jericoacoara saindo de Barra Grande no Piauí, contei aqui como foi até Camocim. A partir de Camocim, já no Ceará, tem a opção mais comum e barata de seguir de ônibus até Jijoca e lá continuar de jardineira. Outra opção é ir de buggy pelas praias aproveitando para conhecer um pouco mais do litoral cearense e também já fazer o passeio do Litoral Oeste que é oferecidos em Jeri, ganhando assim tempo .
O nosso (eu estava com mais três amigos que conheci durante a viagem) interesse era pela segunda opção e na rodoviária de Camocim nos indicaram uma associação de bugueiros que fica na avenida beira mar. Lá fomos atendido por um empolgado bugueiro que mostrou um mapa da região que iríamos conhecer e informou o que teria no roteiro: Lagoa torta, dunas, esquibunda, a velha e a nova Tatajuba com direito a ouvir histórias de antigos moradores. Passagem pelo mangue seco pra ver cavalos marinhos e travessia de rio em balsa. Para falar a verdade eu não prestei atenção nos detalhes pois queria mesmo ir, fechamos o negócio.
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Saímos de Camocim por volta do meio dia acompanhado por outro bugueiro e não o que nos atendeu. Saímos da cidade já atravessando o Rio Coreaú em uma pequena balsa, durante a travessia o buguiero colocou uma toca ninja, imaginei que seria para o vento no rosto. Minutos depois já estávamos do outro lado sobre as dunas, paramos para a observar a paisagem que era bonita, do outro lado havia ficado a cidade com seus casarios antigos, deu até vontade de conhecer o lugar. A partir daí viajamos por dunas, o sol era forte e vento na cara, que maravilha! O problema é que com o vento começou vir também areia, muita areia. Foi aí que entendi porque o bugueiro colocou a toca ninja. Segundo ele a areia era devido o horário, que na parte da manhã não teria aquilo.
Depois aproximadamente 01 hora chegamos a Tatajuba, um vilarejo no meio do nada que normalmente tem lagoas de água doce, mas não foi o que encontramos, elas estavam secas e a paisagem não era lá grandes coisas, seguimos até a Lagoa Torta onde paramos para almoçar. Se não tivessem falado pra mim que aquela lagoa é a que aparece em fotos de divulgação de Jericoacoara com redes dentro dela e que tem sempre uma pessoa deitada fazendo inveja e que dá vontade de você largar tudo que esta fazendo e viajar pra lá, eu não reconheceria. O lugar estava bem diferente, a água estava turva, ventava muito e a paisagem estava feia, fiquei decepcionado.
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O nosso bugueiro nos levou para uma das barracas simples ao redor da lagoa que servem almoço. Parece que todas atendem no mesmo sistema, o garçom leva à mesa o cardápio ao vivo, o peixe, camarão ou lagosta inteiros. Você escolhe o que quer e enquanto espera ficar pronto pode aproveitar uma das redes dentro da lagoa, ficamos ali tentando tirar uma foto legal na rede, mas não deu muito certo. A melhor parte dessa parada foi sem dúvida alguma o almoço, estava muito bom.
Esforço para trocar o pneu. Foto de Giordana
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Tínhamos mais um tempo ainda ali, mas o lugar não estava legal e resolvemos ir embora. Andamos poucos metros e o bugueiro parou para verificar um dos pneus, ele olhou e resolveu continuar. Seguimos com areia na cara. Mais adiante ele parou novamente e viu que o pneu estava pior, ai resolveu trocar pelo estepe. Saímos do buggy e num sol e vento fortes fomos ajudar o bugueiro a trocar o pneu (dá trabalho trocar pneu na areia). Problema resolvido continuamos viagem, mas tivemos que parar outras vezes e descer do buggy, não para trocar pneu, mas para empurrar o buggy que atolou nas dunas pois o estepe era fino e acredito que também pelo bugueiro não ter tanta experiência de andar pelas dunas (fiquei sabendo depois que ele tinha só dois meses de trabalho). Paramos também para ajudar a empurrar outro carro.
Todo mundo se protegendo da areia, eu sou o que está com camisa preta na cabeça. Foto de Giordana
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A viagem continuava no buggy atoleiro com dunas, praia, muito vento, sol forte e muita areia na cara. A essa altura eu pensava que poderia estar indo para Jericoacoara num ônibus com ar condicionado, mas me conhecendo, quando chegasse lá contrataria o passeio só para saber como era. Perrengues à parte chegamos a um manguezal, com arvores de raízes altas e expostas. Não sei se é sempre assim ou se a maré estava baixa, mas o fato é que pra mim foi o melhor lugar do passeio com uma paisagem bem diferente do que vi, parecia que eu estava em cenário de filme. Ali fizemos uma parada rápida para fotos.
Seguindo viagem chegamos a Guriú onde tivemos que fazer a travessia de balsa no rio com o mesmo nome, uma paisagem bonita. Quando chegamos ao outro lado o nosso buggy atolou novamente, dessa vez demorou mais para sair e precisamos da ajuda de outros bugueiros. Depois do esforço não resisti e dei um mergulho no rio, muito bom. A partir dali estávamos no território de Jericoacoara e faltam 05 km para chegarmos na vila. Ou seja, a maior parte do passeio que vendido em Jeri acontece na verdade no município de Camocim, a lagoa que divulga Jeri não é Jeri. Dali seguimos direto a Jericoacoara passando por região também de mangue, chegamos já passava das cinco da tarde.
CONSIDERAÇÕES
* Não sou chato nem fresco, mas não curti muito o passeio devido a forte areia na cara, lagoas secas e o problema com o buggy. Tirando o problema com o buggy, talvez o restante seria diferente em outra época do ano (viajei no final de outubro) com lagoas mais cheias e vento mais fraco. O primeiro semestre é o período de chuva.
* Só depois do passeio conversando com os companheiros de viagem que percebi que não aconteceram algumas coisas que foram faladas na hora da venda, como parada para esquibunda, ouvir uma moradora contar a história de Tatajuba e ver os cavalos marinhos. Ou seja, só aconteceram duas paradas. Acredito que não tenha dado tempo pois paramos muitas vezes devido problema com o buggy, e o bugueiro precisava voltar a tempo de conseguir fazer a travessia na balsa para chegar a Camocim.
* Esta foi a experiência que tive e não gostei tanto, mas tem relatos de outras pessoas que gostaram. Então vá e viva a sua experiência, mas siga algumas dicas: se sair da Camocim, tente sair pela manhã para ter tempo de conhecer todos os lugares com calma e não ser prejudicado com os imprevistos. Procure saber se o bugueiro tem experiência; se informe sobre o vento (e areia); Se puder faça com um carro fechado.
* O trajeto de Jericoacoara até a lagoa Torta é o passeio do Litoral Oeste é um dos passeios oferecidos em Jeri que dura o dia todo, o outro passeio também longo é para o Litoral Leste que também fiz e achei muito mais interessante, gostei muito mais dos lugares. Sendo assim se tiver que fazer só um deles, sugiro que faça o do litoral leste.
COM QUEM FIZ
Fiz com a Camocim Turismo localizada na avenida beira mar próxima a balsa para a ilha do amor.
Telefone: (88) 9921-2928.
Valor do buggy em outubro: R$ 350,00
Outra forma de ir de Camocim a Jericoacoara é de ônibus da empresa FRETCAR até Jijoca e depois jardineira até Jericoacoara que já está inclusa no valor da passagem (aproximadamente R$ 30,00).
4 Comentários
Ual que aventura, mas me diz, chegando em Jeri fora isso tudo valeu a pena? estou querendo fazer o mesmo roteiro e na mesma época também...
ResponderExcluirOi Jéssica, Jeri vale muito a pena. Tem uma vibe legal. Vá e aproveite!
ExcluirObrigado pela visita ao blog.
huuuuulllll🍀🙌muito obrigada pelas dicas 🙌fui até geri de carro (sai de batatais sp. fiz a subida pelo rio são Francisco 💓pensa e x tudo de bom.cheguei em canoa quebrada e comecei a subir..... flecheiras conheci resort coral Beach...explendido.la anda na praia de carro...amei😍parei em geri....e comecei a descer o mapa para são Paulo beira mar😍🤑 então precisei economizar .....fui final fevereiro e cheguei em casa 10/04/22.nao troco experiência desta por nenhuma viagem exterior 🙌) gosto muito de aventuras 🙌 quero fazer da próxima vez barra grande a geri e vc me alegrou .....pois achei que era só estrada🍀🙏
ResponderExcluirNossa!! que maravilha de viagem! Parabéns.
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