Quem visita Puno provavelmente está vindo ou indo de Cusco. No meu caso eu estava indo e precisava escolher o transporte que usaria. Ir de avião é possível usando o aeroporto de Juliaca, uma cidade vizinha, mas não era o que eu queria. A minha vontade mesmo era fazer a mesma viagem que Patrícia do Turomaquia fez, mas o valor alto da passagem me proibiu. Então sobrou ir de ônibus com a opção de fazer uma viagem direta num ônibus de linha ou ir num ônibus de turismo fazendo paradas em alguns atrativos.
A viagem direta tem uma duração aproximada de 7 horas e é indicada para quem não tem muito tempo, quer ir logo para a outra cidade sem ficar parando para conhecer nada no caminho ou quer economizar pois a passagem é beeem mais barata, custa a partir de 35 soles. Nesse caso tem a opção de viajar durante o dia ou à noite. A viagem em ônibus de turismo tem uma duração aproximada de 10 horas, é feita somente durante o dia (lógico) e o valor é a partir de 45 dólares com direito a guia de turismo, serviço de bordo e almoço. Nesse valor os ingressos não estão inclusos, mas não sei o que aconteceu que não precisei pagar os ingressos, se informe.
Como eu teria tempo suficiente em Cusco preferi dormir mais uma noite em um quarto confortável só pra mim e só no outro dia viajar no ônibus de turismo. Providenciei a viagem no próprio hotel na noite anterior, não sei se é sempre fácil assim, mas se preferi pode comprar no site das empresas . Várias fazem o percurso, eu viajei pela Wonder Peru Expedition.
Como eu teria tempo suficiente em Cusco preferi dormir mais uma noite em um quarto confortável só pra mim e só no outro dia viajar no ônibus de turismo. Providenciei a viagem no próprio hotel na noite anterior, não sei se é sempre fácil assim, mas se preferi pode comprar no site das empresas . Várias fazem o percurso, eu viajei pela Wonder Peru Expedition.
O embarque aconteceu na rodoviária (parece óbvio, mas no Peru muitas cidades não tem rodoviária) e saímos no horário às 7h e 15min. O ônibus era climatizado, com banheiro, mas sem Wi-fi. Oferecia um certo conforto e ficou melhor ainda devido o grupo ser de umas 20 pessoas e assim havia bastante poltronas vazias e viajamos sem aperto. Somos acompanhados por um guia de turismo que passa as informações durante o trajeto e nas paradas, o nosso era tranquilo e passava as informações na medida certa. Tem também uma comissária que após algumas paradas serviu café, chá, água e refrigerante.
Eu era o único brasileiro no pequeno e tranquilo grupo, não se ouvia nenhuma conversa dentro do ônibus. Foi muito bom o grupo ser pequeno pois nas paradas vi outras empresas com grupos maiores, havia grupos tão grandes que as pessoas usavam crachá para identificarem o ônibus. Não sei se dei sorte ou se a empresa ainda não é conhecida, a experiência foi boa. As paradas não foram corridas e o colega guia não era nenhum estressado.
Toritos de Pucará
São 390 km que separam as duas cidades e a paisagem formada por montanhas e vales é de encher os olhos. São 4 paradas para visitação em sítios históricos, igrejas e museus e elas vão ficando mais interessantes a medida avançamos. Portanto ela é serve como introdução do que será visto em Cusco e região. As paradas são:
Pukara:
A primeira parada aconteceu aproximadamente 2 horas depois de nossa saída, no distrito de Pukara ainda na região de Puno. Visitamos o sítio arqueológico de Kalassaya onde pudemos ver bases de edifícios monumentais em forma de pirâmide que funcionavam como cerimoniais, Kalassaya foi a mais importante delas. Esse foi o primeiro sítio arqueológico que conheci depois de dias viajando pelo Peru.
Dali seguimos para o centro do vilarejo, fomos os primeiros a chegar e as ruas estavam vazias. As construções são simples e numa delas está o Museu Lítico com peças encontradas durante escavações nos sítios arqueológicos da região. Tem peças interessantes, mas o museu é pequeno e a visita guiada foi rápida. Ainda tivemos um tempo livre na Plaza de Armas onde tem a imponente igreja dedicada a Santa Isabel, mas não foi possível conhecer internamente pois estava fechada. Mas o que chamou a minha atenção na vila, além do tamanho da igreja, foram pequenos touros em cerâmicas no alto das construções e que a partir dali vi muitos em vários lugares. Depois descobri que são os Toritos de Pucará, símbolos de proteção, felicidade, saúde e prosperidade e por isso colocados no alto das casas.
Detalhe: Muitas empresas só visitam o vilarejo não indo ao sítio arqueológico, o que é uma pena. Se a igreja estiver fechada só será feita uma visita rápida no Museu.
Sítio arqueológico de Kalassaya
Igreja de Santa Isabel de Pucara
La Raya:
A segunda parada acontece já na divisa em Puno e Cusco, é o ponto mais alto do trajeto (4.335 m). É uma parada rápida para fotos e na paisagem estão as montanhas com os seus cumes nevados da cordilheira. Do local se avista o nevado Chimboya onde está a nascente do Rio Amazonas. Só para variar um pouco, no local têm várias bancas com produtos artesanais e senhoras com animais para tirar fotos em troca de algum dinheiro.
Sicuani:
Já passava do meio-dia quando fizemos a parada para o almoço, era só o nosso grupo no restaurante, um sossego. O almoço incluso era um buffet com pratos típicos e saladas, a bebida inclusa era chá. A comida estava saborosa e como era um restaurante turístico havia um grupo tocando as mesmas músicas tradicionais peruanas que ouvi outras vezes então sentei na mesa mais distante possível.
Sítio Arqueológico Raqchi:
Não deu tempo nem de cochilar depois o almoço porque logo chegamos a nossa quarta parada. Um sítio arqueológico Inca com o que sobrou do Templo de Wiracocha (o deus supremo dos Incas), as ruínas são grandiosas e as paredes altas, grossas e alinhadas dão uma noção do tamanho do maior templo Inca. Fizemos uma visita guiada pelo que sobrou do templo e outras construções arredondadas que poderiam ser residências ou armazéns, o complexo impressiona. Depois tivemos um pequeno tempo livre na praça do distrito de San Pedro de Cacha na entrada do sítio, onde tem uma uma igreja bonita e lojas de artesanato.
Igreja de católica na entrada do sítio arqueológico de Raqchi
Andahuaylillas:
A nossa última parada aconteceu numa pequena vila de ruas estreitas que mal passava o ônibus. fiquei pensando o que poderia ter ali. Provavelmente só passaríamos pela vila e iríamos em direção a mais um sítio histórico. Mas não, paramos na praça para conhecermos a igreja de São Pedro Apóstolo Andahuaylillas, que por fora não chama tanta atenção, mas quando entramos entendi porque ela é conhecida como a Capela Sistina da América, impossível não ficar impressionado. Trata se de uma obra jesuítica e o seu interior tem as paredes cobertas com afrescos. Não é permitido tirar fotos, mas é fornecido um CD com fotos e informação da dos Jesuítas na região. Esta igreja não fica distante de Cusco (30 km) e é possível conhecer em algum passeio oferecido na cidade.
Dali seguimos para Cusco e chegamos logo depois das 17 horas. A parada do ônibus é no escritório da empresa, não passa pela Plaza de Armas onde muita gente fica hospedada. Peguei um taxi que custou 10 soles.
Praça em frente a igreja
Esta viagem também acontece no sentido Cusco – Puno, mas os atrativos vão ficando menos interessantes. e ao final você poderá achar que não valeu a pena.
Esta viagem também acontece no sentido Cusco – Puno, mas os atrativos vão ficando menos interessantes. e ao final você poderá achar que não valeu a pena.
2 Comentários
Adoro suas postagens. Dá vontade de ir amanhã...Marise
ResponderExcluirObrigado minha querida
Excluir