Parque Nacional de Aparados da Serra. Foto: Wikimedia Creative Commons.
Um dia vi uma foto de um Cânion e fiquei impressionado. Pesquisei para saber mais sobre ele e fiquei surpreso quando descobri que ele ficava no Brasil. Achei um site sobre o assunto e fiquei imaginando um dia poder conhecer aquele lugar.
De Foz do Iguaçu a Porto Alegre
Em 2006 fiz uma viagem de ônibus ao Uruguai e Argentina e no retorno quando cheguei em Foz do Iguaçu resolvi conhecer o grande Cânion. Deixei o grupo de viagem e segui para a rodoviária de Foz, comprei a passagem e fiz uma viagem noturna até Porto Alegre. Não tinha reservado nada, só sabia que tinha que chegar na cidade de Cambará do Sul.
Era agosto, um mês de baixa temporada. Viajar em baixa temporada tem vantagens nos gastos, não tem multidão e é mais tranquilo. Mas por outro lado, dependendo do destino escolhido, você não encontra os serviços cem por cento.
Cheguei as 8h30min em Porto Alegre, fazia muito frio. Não tinha ônibus direto para a cidade de Cambará do Sul. Então tive que esperar até as 10h30min por um ônibus para a cidade de São Francisco de Paula. Aproveitei o tempo para tomar café da manhã, comi um misto quente que no Rio Grande do Sul é conhecido como “torrada”. Depois fui providenciar uma blusa de frio para não sofrer quando estivesse a uma altitude de 1000 m.
De Porto Alegre a Cambará do Sul
Cheguei em São Francisco de Paula só às 13h30min, e tive que esperar até as 17 horas para seguir para Campará do Sul. Mas uma vez tive que ocupar o meu tempo, então fui andar. É uma cidade típica gaúcha com monumentos que destacam aspectos e lendas do folclore gaúcho, e os moradores usam trajes típicos pelas ruas. Com 20 mil habitantes ela é simples e bonita. Visitei a Igreja Matriz e conheci o lago São Bernardo, cartão postal da cidade.
Cheguei só às 18h30min em Cambará do Sul. Demorei um dia inteiro para ir de Porto Alegre a Cambará do Sul que fica a 190 km de distância. O ônibus era simples e sem conforto, além de parar toda hora para entrar e sair gente.
Cambará do Sul é ainda mais simples que São Francisco de Paula. A população não chega a 7 mil habitantes. A cidade oferece várias opções de hospedagem, desde pousadas simples na área urbana até hotéis fazendas mas próximos dos parques, vai depender do seu gosto e do seu bolso.
Para ficar em uma hospedagem rural é preciso, além de grana, estar de carro. Fiquei hospedado na pousada Paraíso, ela era simples mas eu não precisava mais do que aquilo. Tinha banheiro privativo, coberta aquecida e café da manhã.
Parque Nacional da Serra Geral. Foto: Wikimedia Creative Commons.
Parque Nacional de Aparados da Serra
No dia seguinte fui descobrir como chegaria até o Parque Nacional de Aparados da Serra que fica a 18 km da cidade e não tem transporte regular. Fui até uma agência de receptivo que havia na cidade, mas não tinha saída naquele dia por falta de grupo. Era dia de semana e não havia turistas na cidade. Imagina só, depois de tudo que fiz, eu não conseguir chegar até o Parque.
Acabei conseguindo uma carona que me deixou na porta do parque. O Parque Nacional de Aparados da Serra, foi criado em 1959 e esta situado ao Sul do Complexo de Cânions entre os estados de SC e RS. São os municípios de Praia Grande – SC e Cambará do Sul – RS que tem parte de suas áreas territoriais dentro do Parque.
Cânion do Itaimbezinho
O Parque oferecia uma certa estrutura como portaria, centro de visitantes, banheiros e trilhas já marcadas para facilitar a visita sem a necessidade de guias. É nesse Parque que esta o Cânion Itaimbezinho (foi o que eu vi na foto), um dos mais famosos Cânions do Brasil. Ele fica próximo da entrada do parque, não precisando andar muito para chegar até a sua borda. A vista do Cânion é incrível.
Dos mirantes é possível observar melhor o Cânion (pena que eu não tinha uma boa máquina fotográfica). Suas paredes medem 5,8 km de extensão, 720 metros de profundidade e 600 metros de largura. O nome é de origem tupi-guarani, alusivo aos antigos habitantes do local, e significa “ita=pedra” e “aimbé=cortada, afiada”, ou seja, pedra cortada ou pedra afiada.
Por Cambará do Sul a visita é pela parte alta do Cânion e não é obrigatória a presença de guia, mas por Praia Grande – SC, a visita é pela parte de baixo no interior do Cânion. O horário de visitação é das 8h às 17h, de terça a domingo (abrindo nas segundas-feiras anterior a feriados nacionais). Para fazer algumas Trilhas só é possível até certos horários. Não há cobrança de ingressos.
Para voltar a cidade, esperei um ônibus que vinha de Praia Grande e passava em frente a portaria do parque. Era o último e único, eu não podia perder.
Eu na borda do Cânion Fortaleza
Parque Nacional da Serra Geral
No dia seguinte fui conhecer o Parque Nacional da Serra Geral. Ele não possuía uma portaria e nem a estrutura do Parque de Aparados da Serra. Por isso era preciso de acompanhamento de um guia.
O parque foi criado em 1992 e a principal atração dele é o Cânion Fortaleza. Mas tem outros dois cânions, o Churriado e o Malacara. O maior deles e também o mais bonito é o Fortaleza. Seus paredões têm 7,5 quilômetros de extensão e, em alguns pontos, até 900 metros de altura. O nome se deve ao formato geológico, que lembra uma fortaleza.
Nesse dia tive sorte, além de mim havia duas amigas paulistanas que iriam conhecer o parque. Fomos então de van até a entrada do parque que fica a 22 km da cidade. Dali em diante seguimos a pé acompanhando o guia da agência. A visão que se tem do Cânion Fortaleza vale qualquer caminhada, e chega impressionar até mais do que o Cânion do Itaimbezinho.
À tarde voltamos para a cidade e eu estava com fome, mas os restaurantes já estavam fechados (acho que eles deveriam fazer um horário diferenciado para atender as pessoas que saem para visitar a região). Por isso é bom levar alguma coisa para comer durante o passeio.
Abre de segunda a domingo das 08 às 17h. Atualmente não há cobrança de ingresso
Além dos cânions, a região oferecia outros passeios, mas para fazê-los era preciso estar de carro ou ter mais pessoas na cidade para que o receptivo pudesse atender. Por isso, resolvi voltar pra casa e no dia seguinte sai de Cambará do Sul. Dessa vez fui sem baldeação até Caxias do Sul, uma cidade da serra gaúcha. Lá embarquei para Vitória.
Como chegar a Cambará do Sul
De ônibus a partir de Porto Alegre quem leva é a empresa Citral com um horário de segunda a sábado.
Da Rodoviária de Caxias do Sul tem a empresa São Marcos com alguns horários.
PARA QUEM FOR DE CARRO: A partir de Porto Alegre, pegue a RS-020 em direção a São Francisco de Paula e Cambará do Sul. A partir de Santa Catarina, é possível pegar a BR-101 até Praia Grande.
2 Comentários
Marcelo, uma curiosidade.
ResponderExcluirComo você pegou o ônibus de Cambará para Porto Alegre? Qual o horário?
Obrigada.
Oi Mariana, obrigado pela visita.
ExcluirEu fiz o caminho contrário, de Porto Alegre a Cambará. Na época tive que ir até São Francisco de Paula e depois fui a Cambará. Eu acredito que hoje esteja diferente, veja o site da rodoviária de Porto Alegre no http://www.rodoviaria-poa.com.br/inicio.php.
Acredito que não tenham muitos horários diretos, e que tenha mais opções indo primeiro para São Francisco de Pauta.
Vela também a opção indo de Caxias do Sul, pois eu voltei de Cambará por Caxias em ônibus direto e mais rápido.
Mas vale muito a conhecer os Cânions.