Atualizado em setembro de 2019
Um final de semana bem movimentado no Rio. Fui ao Rio numa excursão com uma programação de samba com feijoada na Mangueira, ensaio na quadra do Salgueiro e a tradicional feijoada do Cacique de Ramos que acontece todo 3º domingo de cada mês. A feijoada foi cancelada, mas a roda de samba não. Então, depois da Feira de São Cristóvão, Peguei uma van em frente do pavilhão e fui para a roda de samba.
Tem gente que não gosta de andar de van no Rio, eu não vejo problema nisso. Mas como estava indo para o subúrbio fiquei com um certo receio. Este receio é devido a tantas informações na mídia.
Eu não sabia onde era a quadra mas percebi que o bairro de Ramos estava ficando pra trás, lembrei ao motorista de onde eu ia ficar, ele esqueceu de mim e a quadra já tinha ficado para trás, com isso acabei fazendo um tour passando por alguns bairros e fui parar no ponto final no bairro da Penha.
Só assim para eu conhecer o outro lado da cidade do Rio de Janeiro, diferente de Copacabana, Ipanema, Lapa, Barra… Era domingo e por onde passava os bares e botecos estavam lotados com mesas nas calçadas, gente fazendo churrasco e policiais com rifles nas esquinas. Todos convivendo já acostumados uns com os outros.
O motorista da Van depois que chegou no ponto final, ele voltou e me deixou em frente a quadra do Cacique de Ramos. Era a sua última viagem do dia, ele ia pra casa se preparar para ir a igreja, parecia ser evangélico.
E foi na volta que tive a melhor imagem, um dos cartões postais da cidade maravilhosa, a igreja da Penha. Até então eu só tinha visto a igreja de longe quando passava pelas rodovias indo a São Paulo, e agora estava vendo dali de perto. Ela é grande e muito mais bonita vista dali do bairro.
Logo na entrada tem a pintura do cacique e o propósito do lugar te dando boas-vindas.
A quadra do Cacique de Ramos
Bom, finalmente cheguei a quadra. Fui entrando, não é cobrado ingresso, o clima era diferente da quadra da Mangueira e do Salgueiro. Havia pouca gente ainda, e as pessoas que estavam ali pareciam ser dali mesmo do bairro e se conheciam. Parecia que eu estava chegando numa festa no quintal de casa de algum conhecido, fiquei à vontade.
Estava num lugar que sempre ouvi nos sambas e parecia que estava dentro da letra de um deles.
O lugar tem uma parte coberta onde fica o palco principal nos fundos e no centro também tem um tablado, foi aonde aconteceu a roda de samba. Tem também uma parte sem cobertura onde ficam os bares e a famosa tamarineira, que sob a sua sombra aconteceram várias rodas de samba de onde surgiu grandes nomes do samba raiz como Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Jovelina Pérola Negra, Fundo de Quintal, Jorge Aragão e muitos outros. E continua lançando grandes sambista até hoje.
A roda de samba ainda não havia começado, aproveitei para comer e beber alguma coisa, e tirar algumas fotos do lugar. Já passava da 18 horas quando chegou o “Bira Presidente”, acompanhado de músicos e passistas. Ele estava sendo homenageado na quadra do Salgueiro, esse era o motivo do atraso do inicio do samba.
Serviram comida para o grupo e depois que todos comeram começou então o samba no tablado central da quadra. Dai em diante foi só música da melhor qualidade, o tempo ia passando e mais gente ia chegando e nem se incomodavam com os chuviscos que começaram a cair depois de um dia de muito calor.
Durante todo o tempo o Bira estava sério e não parava, ajudava a servir, cumprimentava as pessoas, juntava-se ao músicos e falava com jornalistas. Só parava e sorria na hora que alguém pedia para tirar foto com ele, e isso acontecia a todo momento.
Homenagem ao Bira presidente que em março de 2019 ano completou 82 anos
O Cacique de Ramos é um bloco carnavalesco do subúrbio do Rio e completou no dia vinte deste mês 52 anos 58 anos de existência agora em 2019. Ele desfila três dias no carnaval do Rio. Desde a sua fundação tem o Bira, do grupo Fundo de Quintal, como presidente.
O Cacique de Ramos É o berço do samba e promove vários eventos durante o ano, entre tantos tem a tradicional feijoadas e as rodas de samba que sempre conta com presença de grandes nomes.
Os grandes sambistas que saíram ou passaram pelo Cacique de Ramos estão presentes em fotos nos grandes painéis espalhados pela quadra.
Foi anoitecendo e o samba não parava, eu estava cansado e às 21 horas sai dali e fu para o sambódromo para encontrar com o grupo da excursão e voltar para Vitória. Entrei no ônibus, apaguei e só acordei quando estava chegando.
Em 2019
Voltei este mês a quadra do Cacique de Ramos e foi no dia da feijoada (R$ 25,00). Mas chegamos tarde e demorei em ir para fila da feijoada e acabei não comendo. Diferente da outra vez, a quadra estava simplesmente lotada. Mas o samba continua da melhor qualidade e o Bira presidente também estava lá.
Então fica a dica par quem for no dia da feijoada: não chegue tarde se pretende comer, e se faz questão de ter uma mesa.
Informações
É fácil chegar a quadra do Cacique de Ramos e o ambiente é tranquilo e seguro. Não paga para entrar como nas escolas de samba. Os preços de comida, bebida e mesas são bons e a música é muito boa. Vale uma visita, veja mais informações no site do Cacique.
É tudo muito organizado com equipes de serviços e locais separados de venda de cerveja (R$ 4,00 R$ 7,00), batidas, churrasquinhos e porções. A cerveja também era vendida em balde (10 latinhas R$ 70,00), e a mesa pode ser alugada por R$ 10,00 R$ 20,00.
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