Na terra da polenta, pizza de polenta.

Quem passa pela BR 262 (rodovia que liga Vitória a Belo Horizonte) na cidade de Venda Nova do Imigrante e vê a fachada simples desse café talvez não dê tanta importância e acaba passando direto. Quem faz isso comete um grande erro e perde a oportunidade de saborear coisas maravilhosas que são produzidas pelo casal Lucio e Dulce Altoé. Tem bolos, tortas, biscoitos, geleias, bolinho de chuva, café, cachaça…. E antes que eu complete a frase você pode falar: “em Venda Nova do Imigrante encontra isso em qualquer propriedade do Agroturismo”.

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Realmente em Venda Nova do Imigrante, cidade serrana do Espírito Santo considerada pioneira no agroturismo, podemos encontrar tudo isso facilmente. Mas ali tem duas coisas que não encontra em qualquer lugar, o bobó de polenta e a pizza de polenta. Ficou surpreso? pois é, eu também fiquei. Infelizmente até mês passado eu desconhecia esses pratos, nem imaginava que existia isso, nem mesmo em Venda Nova do Imigrante que além de ser conhecida pelo agroturismo, é conhecida pela tradicional Festa da Polenta.

A cidade de Venda Nova do Imigrante, a exemplo de outras cidades capixabas, foi colonizada por imigrantes italianos (não é atoa que o Espírito Santo é o Estado com o maior  número de descendentes de italianos do Brasil). E com os italianos veio a polenta que para muitos era a principal refeição, no café. almoço e jantar. Foi observando a importância da polenta para os moradores da região que na década de 1970 o Pe Cleto Caliman – que não gostava de  polenta - criou a Festa da Polenta, a principal festa da cidade e um das principais do estado.

A polenta se espalhou pelo estado. Até mesmo lá em casa que era no litoral tinha polenta, na falta de pão minha mãe fazia uma polentinha doce com coco ralado para o café e eu adorava. E quando tinha uma galinha ensopada ou macarrão, estava lá a polenta para acompanhar. Mas gente, a polenta simples e pura não é gostosa.

Mas a pizza de polenta eu posso garantir, é boa! até mesmo porque a polenta nesse caso só serve como base para os recheios, quanto mais recheio menos você vai sentir o gosto da polenta. Tem em vários sabores, linguiça, frango, socol (outro produto típico da cidade). Pena que o Pe Cleto Caliman não conheceu isso, acho que desse jeito ele ia gostar de polenta.

A Dulce Altoé contou que preparou a pizza para o seu marido, Lucio gostou muito e a partir daí a pizza passou a fazer parte do cardápio do Café da Roca Altoé da Montanha. Além da pizza o Café oferece bobó de camarão com polenta - veja aqui o vídeo – que é bom, mas a pizza é melhor. Não é atoa que ela é a principal atração do Café.

O lugar é simples e pequeno, e como parte da decoração tem quadros da família. As coisas servidas são maravilhosas e se você não gosta de polenta nem mesmo recheada de camarão e socol, não se preocupe pois o buffet é variado com café, chás, chocolate, sucos, vinhos, pães diversos, frios, bolos, salgados, grelhados, tortas doces e salgadas.  

No atendimento aos clientes está o simpático casal Lucio e Dulce Altoé, e se você tiver com sorte poderá encontrar no caixa a meiga Lara, que depois da escola vai ajudar os pais no negócio da família.

Dulce Dias Altoé.

Venda Nova do Imigrante é uma cidade na região serrana do Espírito Santo às margens da BR 262, distante 104 km de Vitória.

O Café da Roça Altoé da Montanha atende de terça a domingo, das 08h às 19 horas.
Valores: de  terça a sexta: R$ 25,00 por pessoa ou o quilo. Sábado e domingo R$ 30,00.
Rodovia BR 262 - KM 106- Bananeiras , Venda Nova do Imigrante, ES.

Viajei a convite da Secretaria de Estado do Turismo do Espírito Santo.

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