Igreja de São Francisco de Assis.
No meu segundo dia em Ouro Preto explorei lugares mais afastados do centro da cidade (leia como foi segundo dia AQUI), mas não deixei de ir em alguns lugares que já conhecia e queria rever. O tempo estava tranquilo, eu tinha o dia todo para andar na cidade.
Comecei o meu dia na estação ferroviária de Ouro Preto aproveitando que estava hospedado ali perto. A estação fica aberta para visitação de terça a domingo já que funciona também como um espaço cultural com biblioteca, tenda cultural, maquete, café e grande acervo sobre a ferrovia de Ouro Preto e a mineração.
Dali sai de sexta a domingo o Trem Turístico que vai até Mariana. O Programa revitalizou o trecho ferroviário de 18km entre as duas cidades e todas as estações do percurso, trazendo de volta aos trilhos a tradicional Maria-Fumaça. Não fiz o passeio dessa vez mas conheço, e sugiro que sente do lado direito do vagão no sentido Ouro Preto – Mariana pois a paisagem é mais interessante. Veja AQUI informações atualizadas sobre o passeio com horários e valores.
Estação Ferroviária de Ouro Preto.
Dali segui para a Praça Tiradentes e na sequência Igreja de São Francisco de Assis. Gosto muito dessa igreja, ela é bonita por fora e por dentro, foi construída já na transição do barroco mineiro para o rococó por isso não é tão rebuscada e o interior mais claro que de outras igrejas construídas anteriormente. Fique um tempo ali, sente e olhe para o teto com pintura do mestre Ataíde. Depois que visitar o interior vá para o Museu do Aleijadinho que fica nos fundos, é dele o projeto da igreja.
Está no Largo do Coimbra bem perto da Praça Tiradentes. Horário de visitação: Terça a domingo, das 8:30h às 12h, das 13h às 17h. Preço: Inteira R$ 8,00 / Meia R$ 4,00. O preço inclui a visitação ao Museu Aleijadinho e Santuário de Nª S ª da Conceição e Igreja de Nª Sª das Mercês e Perdões.
Do adro da Igreja São Francisco de Assis é possível avistar a Igreja de Santa Efigênia. Conta-se que era a igreja do Chico Rei, negro rei na África e veio como escravo para o brasil com sua tribo. Trabalhou nas minas e com o ouro que conseguiu retirar libertou membros da sua tribo, voltou a ser e construiu a igreja. Sempre quis conhecer a igreja, mas nas viagens a trabalho nunca consegui e dessa vez que eu tinha tempo de sobra ela estava fechada para restauração. Foi o que contaram pra mim ainda ali na igreja de São Francisco.
Igreja de Santa Efigênia vista do adro da igreja de São Francisco de Assis.
Mas mesmo assim fui até lá para vê-la de perto e na esperança de poder entrar por alguns minutos. Embarquei em um ônibus circular e segui até o alto da ladeira, depois de pouco tempo subindo, descendo e entrando em ruas que mais pareciam becos, cheguei.
Não consegui entrar, até pedi ao funcionário, mas não foi possível por uma questão de segurança. Será que um dia vou conseguir conhecer a igreja do alto do morro que chama tanto a minha atenção? a igreja do Chico Rei? o problema que isso cria uma expectativa e pode não ser bom.
Mas a viagem não foi perdida, lá tem um mirante com uma boa visão da cidade de Ouro Preto. Aproveitei também para andar pelo bairro e fui conhecer uma mina e a Igreja do Padre Faria.
Centro de Ouro Preto visto da Igreja de Santa Efigênia.
Da Igreja Santa Efigênia é possível ir andando até uma mina, tem várias no bairro. Depois de descer ladeiras cheguei a Mina do Jejê, esperei um grupo sair e não demorou muito entrei com um outro grupo. A visita foi uma caminhada por um corredor que pra mim que não sou baixo e nem magro, não foi confortável (não é legal para pessoas claustrofóbicas). Durante a caminhada o guia vai passando informações e curiosidades. A mina fica na Rua Chico Rei e recebe visitantes diariamente das 9h às 17h30min. Preço: Inteira R$ 15,00. Sinceramente não gostei, tem outras mais interessantes.
Continuei descendo ladeiras para chegar ao ponto de ônibus, e para minha surpresa o ponto era bem em frente a Capela do Padre Faria. Se eu fosse julgar pela simplicidade da fachada eu não teria ido conhecer a Capela, mas como sou curioso entrei e vi que o interior com altares e retábulos dourados não é nada simples.
O nome é Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Pardos do Padre Faria. A capela abrigou a Irmandade do Rosário que frequentava a Igreja de Santa Efigênia, más é mais conhecida por Capela do Padre Faria por ele ter vivido no bairro que hoje tem seu nome. Endereço: Bairro Padre Faria. Horário de visitação: Terça a domingo, das 8h30min às 16h30min. Preço: Inteira R$ 3,00 / Meia R$ 1,50.
A torre sineira é separada da capela.
A Capela do Padre Faria foi o único lugar que pude tirar fotos internas.
Em frente a Capela tem uma cruz pontifical ou papal, de três braços. Há quem diga que foi construída para comemorar os privilégios e graças concedidas à capela pelo Papa Pio VI.
Retornei ao centro e depois do almoço visitei ainda o Museu da Inconfidência e a Casa dos Contos. O Museu, que funciona no prédio da antiga Câmara e Cadeia, tá bonito e merece uma vista. O espaço que eu mais gosto é o Panteão dos inconfidentes, onde estão restos mortais de alguns inconfidentes.
Endereço: Praça Tiradentes, Centro. Horário de visitação: Terça a domingo, de 12h às 18h (venda de ingresso até às 17h). Preço: R$ 8,00 inteira / R$ 4,00 meia (estudantes e idosos acima de 60 anos, crianças até 7 (sete) anos não pagam).
Museu da Inconfidência.
Do Museu da Inconfidência segui até a Casa dos Contos. O prédio a exemplo do Museu da inconfidência é bonito e bem cuidado, tem vários ambientes e conta a história do dinheiro. Um desses ambientes é a senzala que fica no subsolo, e foi por causa dela que voltei a Casa mas tinha uma exposição no local e estava bem diferente de quando ela está vazia. Nem entrei.
A Casa dos Contos foi residência do administrador de impostos da capitania de Minas, João Rodrigues de Macedo. Mais tarde serviu para abrigar a Junta da Real Fazenda e a Intendência do Ouro, recebendo por isso a denominação de Casa dos Contos. Cláudio Manuel da Costa (poeta e inconfidente) foi preso e encontrado enforcado em uma de suas celas.
Casa dos Contos.
Em frente a igreja de São Francisco de Assis tem a Feira de artesanato em pedra sabão, eu não curto. Mas se você gosta ela funciona todos os dias das 7h às 19 horas.
2 Comentários
Estive em Ouro Preto no final do ano e também conheci a Igreja do Padre Faria. Fiquei encantada com a Igreja e com o visual de lá...conta a história que os negros tinham que lavar os cabelos antes de entrar nela, para que qualquer resquícios de ouro fosse deixado para os mandatários! Depois de Ouro Preto fomos para o Caraça. E o lobo apareceu...as crianças (e eu, lógico), ficaram encantadas. Encerramos nosso tour mineiro nas grutas Rei do Mato e Maquiné. O roteiro cidades históricas + Caraça + Grutas ficou muito legal, rico culturalmente e muito divertido. Adoro os seus textos! Parabéns! Aproveite! Lu Farage
ResponderExcluirLuciana, os meus relatos são da viagem que fiz em julho do ano passado e o roteiro foi bem parecido com o seu. Só não consegui me hospedar no Caraça mas fui até lá e passeio o dia relembrando de quando me hospedei. Esse lugar é maravilhoso mesmo, e não é tão longe da gente. Um abraço.
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