Estava em Porto Alegre no mês de julho e queria muito ver os costumes e tradições do gaúcho. Fiquei sabendo que estava acontecendo o Acampamento Farroupilha, nunca ouvi falar do acampamento e imaginava que era alguma coisa para turista ver preparado exclusivamente para a ocasião da Copa com pessoas contratadas para trabalhar e servir aos visitantes. Mas tudo bem, eu queira muito comer um churrasco gaúcho (é diferente do restante do Brasil, pode acreditar) e tomar um chimarrão que gosto muito.
Quebrei a cara, quando cheguei ao acampamento encontrei gaúchos de verdade com todos os seus hábitos e costumes. Havia comida campeira, charque, churrasco, chimarrão, gaita, gaúcho com bombacha, umas prendas bonitas… parecia até que eu estava no interior do Rio Grande do Sul, mas não, eu estava em um parque da cidade. Tri legal!
Quando cheguei vi muitos tomando o chimarrão e fui atrás de um para comprar, mas chimarrão não se vende. O máximo que encontrei foi um lugar onde vendiam a erva para quem tivesse a cuia, eu não tenho. Foi quando vi placa sinalizando atendimento ao turista, e nesses lugares sempre oferecem coisas típicas da região. Parti pra lá com toda certeza de que conseguiria tomar um chimarrão.
No galpão da hospitalidade da Secretaria de Turismo, não só matei a vontade de tomar chimarrão como fui incluído em um Tour pelo acampamento para conhecer a sua história e do Rio Grande do Sul. Enquanto esperava o meu colega guia de turismo (Roque) para fazer o Tour, fui recepcionado por uma bela prenda que adiantou algumas informações e me levou para tomar mais chimarrão. Chimarrão já é bom, com uma bela companhia é melhor ainda.
Foi lá que fiquei sabendo que O Acampamento Farroupilha na verdade acontece em setembro como parte da comemoração da Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, movimento que ocorreu no século XIX no Rio Grande do Sul devido as altas taxas impostas pelo governo central aos produtos da região como o charque.
O Acampamento teve origem depois que grupos de tradições gaúchas passaram a se reunir no local para aguardar o desfile de 20 de setembro, que foi o dia que teve início da Revolução em 1835. Hoje além de comemorar a resistência do Rio Grande do Sul o acampamento é uma exaltação das tradições e cultura gaúcha. É quando os gaúchos saem de suas casas (de vários lugares do estado) levando o que podem e passam a morar no lugar que é transformado em uma cidade tipicamente gaúcha.
Piquetes e Centros de Tradição Gaúcha (CTG) construídos em madeira, são montados especialmente para a ocasião que logo depois são desmontados. Em julho eram aproximadamente 80, mas em setembro são quase 400. Piquetes são entidades tradicionalistas menores ligadas a algum CTG que mantem vivos os costumes gaúchos.
Durante o Acampamento Farroupilha os Piquetes e CTG’s oferecem aos visitantes várias oficinas dos costumes ensinando como preparar o chimarrão, o churrasco, etc.
As pessoas vivem a rotina diária na cidade construída exclusivamente para o Acampamento.
Praça de alimentação com comida campeira.
O que não faltou nos piquetes foi o tradicional churrasco gaúcho.
Produtos do Rio Grande do Sul.
O tradicionalismo no traje e a modernidade do celular caminhando juntos.
Finalmente um chimarrão no Galpão da Hospitalidade. Vai um chimarrão?
O Acampamento Farroupilha acontece no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, conta com uma estrutura de bares e restaurantes (além dos piquetes que servem refeições), centros culturais, palco para apresentações, banheiros químicos e um centro comercial com produtos típicos do Rio Grande do Sul. A entrada é grátis. Se for a Porto Alegre este mês, não deixe de conhecer o Acampamento que começou dia 07 e vai até o dia 20.
Eu tive sorte, devido a Copa do Mundo resolveram fazer, digamos, uma edição extra em julho de um verdadeiro Acampamento Gaúcho.
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