PASSEIO PELO CENTRO DE PORTO ALEGRE

Centro Histórico Porto Alegre

Porto Alegre não é uma das capitais mais antigas no país, foi fundada somente em 1772. Mas nem por isso significa que não tenha atrativos históricos e culturais interessante. E talvez por ser uma cidade ‘nova’, estejam bem conservados. O centro histórico é formado por prédios, igrejas, centros culturais e museus, além de detalhes construtivos, que merecem entrar em um roteiro e preferencialmente a pé, já que ficam próximos. Se você curti turismo histórico, vai gostar de Porto Alegre.

Na cidade existem programas específicos e gratuitos de passeios a pé, realizados nos finais de semana (veja esta matéria). Eu não tive oportunidade de fazer nenhum deles, por isso fiz o passeio sozinho.


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Paço Municipal, prefeitura da cidade. Onde se localiza o Marco Zero.

Comecei pelo Mercado Público. É fácil chegar lá de ônibus ou metrô. A região é bem movimentada, com gente passando o tempo todo  e tem outros atrativos ao redor. Em frente do mercado tem o Chalé da Praça XV, um bar e restaurante. Ao lado do Mercado está o Paço Municipal, sede da prefeitura de Porto Alegre. Não é aberto a visitação, mas o prédio chama atenção pela sua arquitetura. Na sua frente tem uma fonte no meio da Praça Montevidéu.


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Centro Cultural Érico Veríssimo.

Seguindo pela Rua Uruguai que fica em da prefeitura, chega-se a Rua dos Andradas. Uma rua de pedestre bem movimentada de comércio. Virando a direita e antes do fim do calçadão a esquerda está o Centro Cultural Érico Veríssimo. Entre, não paga nada e o vale a pena ver obras, fotos e vídeos do escritor gaúcho, autor de ‘O tempo e o Vento. Mas observe para não passar direto.

Horário: de terça a sexta das 10h às 19h e sábado das 11h às 18h.

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Praça da Matriz.

Continuando na rua dos Andradas e antes de chegar a Praça da Alfandega, vire a esquerda na Rua General Câmara e siga até a Praça da Matriz onde está a Catedral Metropolitana. Situada na parte alta do Centro Histórico, a Praça Marechal Deodoro é também chamada de Praça dos Poderes porque no seu entorno estão o Palácio Piratini, sede do governo do estado, a Assembleia Legislativa e o Palácio da Justiça. No centro da praça está o monumento ao ex-presidente do Estado e líder positivista Júlio de Castilhos.

Ao redor da Praça da Matriz estão ainda importantes espaços culturais e turísticos da capital: o Theatro São Pedro, o Museu Júlio de Castilhos, o Solar dos Câmara, o Memorial do Ministério Público e o Memorial do Judiciário do RS. Existe um projeto cultural chamado de Os Caminhos da Matriz, que realiza visitas guiadas aos prédios histórico-institucionais que circundam a Praça (veja aqui). 
 
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  Theatro São Pedro. Foto: Tetraktys


A Praça da Matriz é uma velha conhecida, sempre parei ali nas viagens a trabalho. Mas devido ao curto tempo eu só conseguia visitar a catedral, mas sempre quis conhecer também o Theatro São Pedro e o Palácio Piratini. Então a curiosidade era grande.

Não perdi tempo e o primeiro que entrei foi o Theatro São Pedro. Uma moça que estava na recepção me acompanhou, mas até agora não sei quem era. Não sei se era monitora ou vigia (brincadeira), pois não passou nenhuma informação e ficou ali parada me olhando. Fiquei até incomodado e não demorei muito, mas o teatro impressiona.

Inaugurado em junho de 1858, é considerado um dos mais belos do país. A construção tem o estilo barroco português e, internamente, veludo e ouro na decoração. A disposição da plateia, em forma de ferradura, é característica do teatro italiano da época. O prédio é tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual e oferece outros espaços como o Café do Theatro, Memorial além do complexo cultural Multipalco.
 
Pelo que entendi, o horário de visitação é o horário de funcionamento da bilheteria (veja aqui).
 
 
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Palácio Piratini.

Segui para o Palácio Piratini. Sabia que lá a visita era realmente guiada, mas acontece em horários determinados e tive que esperar alguns minutos. O palácio é a sede do governo estadual desde 1921. O nome é uma homenagem à cidade gaúcha Piratini, primeira capital da República Rio-grandense, proclamada pelos farroupilhas em 1836. A edificação, em estilo clássico, foi  projetada pelo arquiteto francês Maurice Grãs, inspirada no palácio Petit Trainon, de Versalhes. O Palácio foi tombado pelo patrimônio histórico estadual em 1986.

O meu interesse Pelo Palácio Piratini ainda era maior que pelo Theatro, mas fiquei meio decepcionado. A visita durou uns vinte minutos e conheci apenas três salões apenas. Não se conhece muito e o que salva a visita são os painéis assinados pelo pintor italiano Aldo Locatelli, destacando-se os que retratam a Lenda do Negrinho do Pastoreio, a mais popular do Rio Grande do Sul.

Horário: de segunda a sexta , das 9h às 11h e das 14h30 às 17h.


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Por último fui a catedral. Eu já conhecia, mas a igreja é fantástica. O projeto é do arquiteto italiano João Batista Giovenale, da Academia de Belas Artes São Lucas, de Roma. O estilo é inspirado na Renascença Italiana, mas as torres, lembram o modelo das construídas, no Rio Grande do Sul, na época das missões jesuíticas. A cúpula possui 75 metros de altura e 18 metros de diâmetro, sendo uma das maiores do mundo. Os três painéis de mosaico na fachada foram executados nas oficinas do Vaticano.

Horário: de segunda a sexta, das 7h às 19h. Sábado, das 9h às 19h. Domingo, das 8h às 19h.
 
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Praça da Alfândega.

Voltei pela mesma rua até chegar em uma grande praça e bem arborizada, a Praça da Alfandega. É uma das praças mais famosas da cidade e de grande valor histórico. Construída no fim do século XVIII, foi um dos primeiros sítios de ocupação dos açorianos que iniciaram a fundação da cidade.

A praça abriga prédios históricos ocupados por espaços culturais, a poucos passos um do outro: o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), o Santander Cultural e o Memorial do Rio Grande do Sul. Desde 1955, na segunda quinzena de outubro acontece a Feira do Livro de Porto Alegre, a maior do gênero na América Latina, 

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Santander Cultural .
 
Não consegui visitar pois estava fechado devido aos jogos da copa. Mas o Santander Cultural é um dos mais completos e modernos espaços culturais da capital gaúcha. Com exposições temporárias de arte, shows de música popular, cinema e mostras de arte. A  cada dois anos, também tem servido de espaço para exposições e instalações da Bienal do Mercosul.
 
O prédio foi construído em 1932 para ser sede de um banco, e muitos espaços característicos da instituição financeira foram criativamente transformados. No subsolo, os antigos cofres foram transformados em sala de cinema, no sofisticado Café do Cofre e no Moeda bar e Restaurante.  Há um grande salão central iluminado por uma claraboia com vitrais de origem francesa. Em 2008, o Santander Cultural foi eleito, por meio de votação popular, como o patrimônio arquitetônico mais significativo de Porto Alegre.
 
Horário: de terça a sábado, das 10h às 19h. Domingos e feriados, das 13h às 19h.

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Memorial do Rio Grande do Sul. Também estava fechado, não pude conhecer.

Construído entre 1910 e 1914, em estilo neoclássico, o antigo edifício dos Correios e Telégrafos é hoje um centro de informação e divulgação da história e da cultura do Rio Grande do Sul, reunindo objetos, mapas, gravuras, fotos, livros, imagens iconográficas e depoimentos importantes sobre os principais fatos ocorridos no Estado.

Horário: de terça a sexta, das 10h às 19h. Sábado, das 14h às 18h.

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Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS). Foto: Camila Domingues/Palácio Piratini.

Construído em 1913 para abrigar a Delegacia Fiscal. Desde 1978, a construção com vitrais, mármores e ornamentos, é a sede do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS). Como todos prédios da praça, o Museu também é grande e majestoso. Foi o único espaço cultural da Praça da Alfandega que eu consegui visitar, e estava acontecendo uma exposição temporária bem interessante.

O acervo permanente é considerado um dos mais importantes do país. A arte gaúcha do século XX é a base da coleção, com obras de artistas como Iberê Camargo, Glauco Rodrigues, Alice Brueggemann, Maria Lídia Magliani e Carlos Scliar. Da arte brasileira é destaque a seção de pinturas com quadros de Portinari, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Guignard, Manabu Mabe entre outros renomados. Da pintura estrangeira há valiosos itens europeus do final do século XIX e outros contemporâneos latino-americanos.
 
Horário: de terça a domingo, das 10h às 19h.
 
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Depois siga pela rua dos Andradas. Conhecida também como Rua da Praia pois era a rua que se chegava a praia. É uma rua calçada com paralelepípedo justamente para poder andar de vagar e observar detalhes, pessoas, construções. Assim você logo vai chegar a outro atrativo que é a Casa de Cultura Mário Quintana.

Ocupa o prédio do antigo e chique Hotel Majestic, tombado como patrimônio histórico do Estado. O nome é uma homenagem ao poeta Mario Quintana, que fez de um dos quartos do hotel sua residência por quase 15 anos. O centro cultural é um dos mais completos da América Latina e conta com o Café dos Cataventos, nome inspirado no primeiro livro de poesias de Quintana, a Rua dos Cataventos.

Horário: segundas-feiras, das 14h às 21h. De terça a sexta, das 9h às 21h. Sábados e domingos das 12h às 21h.
 
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Igreja de Nossa Senhora das Dores.

Logo depois, ainda na Rua dos Andradas, tem uma área militar com construções bonitas e bem cuidadas. E se você ainda disposição para visitar mais espaços culturais, ali tem o Museu Militar do Comando do Sul (clique aqui). Tem também a Igreja de Nossa Senhora das Dores.

Esta Igreja, já foi considerado o mais importante prédio histórico da cidade, é a mais antiga da cidade. Começou a ser construída em 1807 e demorou 97 anos para ser concluída. Na fachada, o estilo alemão se confunde com o barroco português.
 
O maior destaque da igreja é a sua longa e imponente escadaria. Pelo seu valor artístico e arquitetônico, foi tombada e declarada patrimônio histórico e artístico nacional em 1938, sendo a única igreja de Porto Alegre tombada em nível nacional, sob fiscalização do IPHAN.

Horário: segunda a sexta das 8h30 às 19h30 (com pausa das 12h às 12h30). Sábado e domingo 8h30 às 19h30 (com pausa das 12h às 13h30).
 
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Depois desse roteiro cultural, ande mais um pouco pela Rua dos Andradas e chegue a Usina do Gasômetro às margens do Lago Guaíba e relaxe. A minha sugestão é que faça este passeio à tarde para que você possa ver o pôr do sol quando chegar ao lago.

Mas se você prefere conhecer a cidade acompanhado para receber informações, existem outras opções. Contratar um Guia de Turismo profissional e credenciado pelo Ministério do Turismo (contrate aqui), outra maneira de fazer um tour é usar a Linha Turismo (leia aqui). Veja mais informações na página de turismo aqui.





























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2 Comentários

  1. Fiquei tão triste.
    Fiquei na cidade em uma Segunda-feira e estava tudo fechado :(

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    1. Oi Eloah, que pena que não conseguiu conhecer os atrativos.
      Obrigado pela visita (desculpe pela demora da resposta).

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