Eu, Igual a milhares de pessoas, quis conhecer Machu Picchu logo que vi a clássica foto da cidade com as montanhas ao fundo. Demorou um pouco, mas ano passado conseguir ir. Viajei durante 17 dias pelo pais e deixei a cidade perdida dos Incas para o final e isso só aumentou a minha ansiedade. Ainda bem que conheci lugares também incríveis por onde passei.
O trajeto de Águas Calientes até a cidade inca não dura 30 minutos, mas parece ser muito mais para quem esperou por anos para conhecer Machu Picchu. Fiquei impressionado já no caminho com a estrada cheia de curvas e cercada por imensas montanhas. Machu Picchu está a 2400 metros de altitude e significa na língua Quíchua “velha montanha” . Na minha cabeça surgiam várias indagações, uma delas era porque construíram uma cidade no topo de uma montanha com as dificuldades de mais de 500 anos atrás? Que povo louco esses incas! Ao meu lado no ônibus estavam umas senhoras que foram o tempo todo conversando, indiferentes a paisagem lá fora. Pareciam que estavam indo ao shopping e não a Machu Picchu.
Tive problemas à noite anterior e subi tarde, coincidindo com a chegada dos grupos que vêm pela manhã de Cusco (por volta das 9h30min). Havia tanta gente na portaria que realmente parecia a entrada principal de um grande shopping em dia de promoção. Me adiantei e entrei num grupo que estava iniciando um tour guiado. Não havia contratado guia com antecedência e tive sorte pois o grupo era bom, pequeno e a colega guia era excelente. Visitei Machu Picchu em setembro de 2016 e ainda não era obrigatório a contratação de um Guia de Turismo, agora com as novas regras de visitação é necessário entrar com um guia. Um tour guiado faz toda diferença numa primeira visita a Machu Picchu. Claro que você não vai lembrar de todas aquelas informações, mas na hora é essencial entender a cidade perdida dos incas.
Imaginei que ao passar pelo portão teria a minha frente a imagem que sempre vi nas fotos. Mas tive que esperar, pois a entrada é pelo setor agrícola e a imagem clássica é vista de outro ponto. O tour deve duração de umas 2 horas e aconteceu basicamente na parte baixa onde estão os setores agrícola e o urbano com residências, área sagrada e administrativa. Divisão feita pelos incas na construção da cidade, no século XV. A guia fez o tour sem correria mostrando detalhes, parando para fotos e passando histórias e teorias sobre Machu Picchu e o seu povo.
No primeiro plano a parte urbana de Machu Picchu
Machu Picchu não foi encontrada pelos colonizadores espanhóis, isso evitou que fosse totalmente descaracterizada como outros sítios que vemos no Vale Sagrado. Sendo assim, é possível perceber como os Incas trabalhavam o espaço, desníveis, localização e técnicas de construção. A cidade só foi divulgada ao mundo em 1911 quando o explorador americano Hiram Bingham chegou a ela durante uma expedição. Ficou então conhecida como Cidade Perdida dos Incas, mas também é conhecida como Cidade Sagrada devido a sua localização, pois os incas consideravam as montanhas sagradas e sua altitude facilitava os estudos astronômicos.
As construções com encaixes perfeitos eram para resistir ao tempo e aos terremotos. As mais precisas e melhores acabadas estão na área nobre onde residiam os governantes.
Intihuatana
Além das residências, no setor urbano são encontrados sinais do sagrado e dos estudos astronômicos dos Incas. A Pedra Intihuatana, situada na parte alta, era mais do que um relógio solar, era objeto de e local de cerimônias dedicadas ao sol. Para muitos é até hoje local de muita energia. Há também a Pedra Sagrada, esculpida no formato da montanha ao fundo. Os incas tinham as montanhas como deuses. O local poderia ter sido um altar.
Pedra Sagrada
Diferente das fotos que vi Machu Picchu sempre vazio, havia muita gente lá e rolou uma decepção. Ouvi e li tanto sobre a magia de Machu Picchu, mas o que encontrei foi uma multidão e barulho (rsrsrs). Mas também foi muita ingenuidade minha achar que uma das sete maravilhas do mundo que faz parte da lista de milhares de pessoas fica vazia ou com pouca gente. De qualquer forma a cidade dos Incas impressiona pelas construções, localização é paisagem ao redor.
As lhamas fazem parte do cenário. Viveram na cidade na época dos Incas, depois sumiram. Beeem depois foram levadas e estão até hoje.
Com fim do tour o grupo saiu com a guia, só eu fiquei e com tempo para bater perna. Devido os meus limites (falta de preparo físico e problema com altura) as montanhas Machu Picchu e Wuana Piccu (veja no final) não estavam no meu roteiro. Fiquei ali meio perdido e desanimado com toda aquela multidão, mas como o tour foi somente na parte baixa (se é que aquilo era baixo) resolvi explorar a parte alta. E uma pequena construção chamava a minha atenção, depois descobri que era a “casa do vigia”. Mesmo com o joelho reclamando subi os muitos e altos degraus e a medida que fui subindo a paisagem foi mudando e passei a ter uma visão panorâmica. Lá em cima havia menos pessoas e com o passar das horas muita gente foi saindo, foi aparecendo a Machu Picchu das fotos. Parei para descansar, aproveitei e fiquei admirando tudo aquilo e agradecendo por está ali.
“Casa do Vigia”, lugar de onde observava a cidade do alto
Os terraços usados na agricultura também davam suporte à cidade
Ponte Inca
Queria conhecer mais aquele lugar e vi placas indicando a trilha da ponte inca. Não fazia ideia o que encontraria, mas continuei subindo. As montanhas que vi lá de baixo agora via de cima pra baixo e não sei definir qual era o melhor visual.
Desfiladeiro da trilha da Ponte Inca. ao fundo o Rio Urubamba
Cheguei a uma portaria onde precisava assinar um livro para ir até a ponte Inca. O que me incomodou, mas a curiosidade era maior. De um lado da trilha paredões e do outro faltava paredes, era um penhasco onde se via o rio sagrado dos Incas. Cheguei a um lugar que o espaço entre a parede e falta de qualquer parede ficou menor e eu parei e repensei. De uns anos pra cá fiquei com medo de altura e se acontecesse alguma coisa comigo, digo se eu caísse ali?
Uma ou outra pessoa passava por mim com tranquilidade o que me incomodava mais ainda. Vi que havia um cabo de aço preso no paredão, então tomei coragem. Era só segurar bem firme e lá fui eu movido pela curiosidade e torcendo para não ter alguém no caminho para eu não precisar largar a mão. Agarrado ao cabo de aço e mais próximo possível da parede continuei até o portão que impede de chegar até a ponte. Muita gente acha que não vale a pena justamente por não alcançar a ponte, mas pra mim valeu. Mais uma vez achei que os Incas eram loucos.
A ponte inca é uma estrutura simples com madeiras apoiadas em pedras nos extremos. Foi construída como uma rota de fuga onde a última pessoa que passasse por ela deveria derrubar as madeiras. O trajeto é relativamente curto sem muito declive, mas a dificuldade está no fato de ser a beira de um desfiladeiro. O visual a partir da trilha é impressionante.
Quando voltei da ponte Inca não tive tempo suficiente para ir a outros lugares, então aproveitei o tempo restante para simplesmente ficar ali deitado (os meus joelhos agradeceram), não fazendo nada diante da montanha na cidade sagrada.
Outros lugares em Machu Picchu
Além da Ponte Inca, tem também:
Porta do Sol – Por onde entram as pessoas que chegam pela trilha Inca. Quem está dentro da cidade tem acesso por uma trilha, mas se prepare para subir pois está a 2750 metros de altitude. Tempo de ida e volta aproximadamente de 2 horas. Não precisa de ingresso separado. Não conheci, não tive tempo.
Montanhas Machupiccu e Huayna Picchu – Para quem gosta de trekking, tem bom preparo físico e não tem problemas com altura. Justamente por tudo isso eu não fiz. Precisa de adquirir ingressos separados com antecedência.
Dicas
→Anda-se muito e são muitos e altos degraus além da altitude. Visitar Machu Picchu não foi fácil pra mim. Estou acima do peso, sinto dores nos joelhos e deixar a cidade dos incas para o final foi ruim fisicamente pois já havia andado muito durante a viagem. A altitude não me incomodou (tanto) pois já vinha de lugares mais altos. Durma bem, evite álcool e comida pesada. Vá com roupa e calçados confortáveis e beba água.
→Para não perder o trem considere o tempo do trajeto do ônibus, o tempo na fila devido o número de visitantes e o tempo de caminhada de onde você estiver até a portaria. Na cidade tem que respeitar os percursos.
→Permaneci umas 6 horas dentro de Machu Picchu, mas ficaria mais tempo se tivesse. Com as novas regras de visitação este é o tempo máximo de permanência se entrar e sair no horário limite.
SEGURO VIAGEM
Não é obrigatório, mas é recomendável ter um seguro. Eu viajei com o MONDIAL ASSISTENCE, que você pode adquirir aqui no blog.
1 Comentários
Oi Marcelo, tudo bem?
ResponderExcluirmuito legal seu post, parabéns!
agora Machu Picchu tem novas regras para ingressar.
algumas coisas que você não pode fazer dentro de Machu Picchu:
Proibido deitar, correr, escalar, subir, se inclinar ou tocar em estruturas ou paredes da cidadela de Machu Picchu.
Proibido grafitar, pintar, lançar resíduos de qualquer espécie ou causar desordem.
Proibido remover elementos culturais ou perturbar a fauna e flora locais.
Proibido levar qualquer elemento de Machu Picchu.
Proibido se despir.
Proibido fazer fogo.
para mais informações clique aqui: https://www.machupicchupacotes.com.br/
espero ajudar alguém.