Quando fui a Machu Picchu um colega da escola onde eu trabalhava disse não entender eu “pagar para viajar para ver pedras”. Imagino o que ele diria agora se soubesse que um dos principais motivos para eu viajar até o México foi poder conhecer ruinas de cidades pré-hispânicas.
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Parte central da antiga cidade com as principais edificações. Em destaque no centro o El Castillo
O país têm inúmeras zonas arqueológicas que preservam ruínas de cidades que existiam bem antes da chegada dos colonizadores espanhóis. Habitadas por diferentes povos como os astecas e maias, foram importantes e dominaram territórios através da cultura, religião, comércio e ciências. De épocas diferentes, até mesmo de muitos anos antes da era cristã, elas viveram o apogeu e deixaram de existir também em períodos diferentes com o domínio dos conquistadores.
E se eu não tivesse conhecido algumas delas, a minha viagem ao México não seria completa. Consegui visitar 8 delas em diferentes regiões, da capital ao litoral passando pelo interior. As primeiras ruinas foram do Templo Mayor na Cidade do México, depois Teotihuacan, Tulum, Ek Balam, Chichén Itzá, Palenque, Mont Albam e Mitra. Entre elas muita semelhança na construção e na história, mas também detalhes e curiosidades específicas.
Tulum, ruínas de uma cidade maia à beira mar
Templo do deus do vento à beira mar
Na Rivera Maya visitei a Zona Arqueológica de Tulum. Diferente de todas que conheci, ela fica em um lugar privilegiado no alto de uma falésia beirando o mar do Caribe. Com essa localização, e por falta de ruinas monumentais, a atração principal acaba sendo o visual que se tem a partir dela e Tulum acaba sendo mais conhecida pela imagem registrada ali..
Sendo assim, aconteceu comigo o que deve acontecer com a maioria das pessoas, eu queria logo chegar aos mirantes. Mas da entrada até à beira do mar é preciso passar por algumas ruinas que me surpreenderam pois a imagem que eu tinha gravada de Tulum era justamente a vista do mar do Caribe, e acabei não dando a devida atenção a elas.
El Castillo voltado para o interior da cidade
Mas eu não tive sorte na Riviera Maya. Durante o tempo que passei por lá o mar não estava tão caribenho, havia muito sargaço (uma espécie de algas) na praia e dentro do mar. E principalmente no dia que fui conhecer A Zona Arqueológica o tempo estava fechado com nuvens escuras indo e vindo, vento e ameaça de chuva. A maré estava alta com o mar batendo no barranco e com água escura por causa do sargaço. A tradicional foto (a primeira) não ficou tão bonita com o azul do mar confundindo com o azul turquesa do mar. O tempo estava tão ruim que até a escada que dá acesso à praia estava fechada ( em Tulum é possivel ir à praia e voltar para as ruinas, então com roupa de banho).
O lado do El castillo voltado para o mar
Graças ao mau tempo voltei a minha atenção para a cidade maia do período final pré-hispanico. Cidade costeira, Tulum foi construída como uma fortificação, não têm construções (ou ruinas) altas como em outros lugares, mas são robustas e tirando o lado do mar ela tem um muro sendo fácil entender porque ela é a “Cidade Amuralhada”. Acredita-se que Tulum foi um importante entreposto comercial ligando rotas marítimas e terrestres.
Não sei explicar, mas achei as edificações diferentes de outras zonas arqueológica, talvez isso se deva ao período e localização de sua construção. São construções bonitas e impactantes, mas não espere encontrar pirâmides e poder subir nelas. Em Tulum o destaque fica para El Castillo e templos próximos ao mar que também serviam de torres de observação.
Templo de los frescos com pinturas decorativas. Não é permitido entrar
Como chegar
>> O sítio arqueológico fica bem perto do centro da cidade de Tulum onde fiquei hospedado. Lá é comum o uso de bicicleta, eu aluguei uma e fui com ela até a portaria que fica distante 1km da rodovia.
>> Para quem estiver em Playa del Carmen e Cancun tem a opção de van ou ônibus, 1h de viagem da primeira e 2 horas da segunda. O desembarque será na rodovia próximo ao estacionamento e será necessário caminhar ou pegar um trenzinho (pago) para chegar até a portaria.
>> E de todas cidades saem também excursões com guias.
>> Antes da portaria têm estacionamento, lojas, bares e restaurantes.
El Castillo ao fundo no alto
Visitas: de segunda a domingo, das 8 às 17h. No domingo a entrada é grátis para os mexicanos e residentes, fazendo com que tenha mais gente. No interior têm placas com informações e na entrada têm Guias de Turismo oferecem os seus serviço.
>> A área a ser visitada é pequena, praticamente plana e não é permitido subir nas ruínas, sendo possível ir de chinelos e não precisar de muito tempo para conhecer. Eu fiz a visita em 1h e 30min.
>>Tulum está localizada numa região bem turística próxima a rodovia que liga a Riviera Maya a Cancun. É o terceiro sítio arqueológico mais visitado depois de Teotihuacan e Chichén Itza. Fui cedo e ainda estava tranquilo, mas logo começam a chegar as excursões.
>> O espaço é todo aberto e em um dia de sol forte o calor vai incomodar muito, leve um boné ou chapéu. Na entrada têm muita gente vendendo e não são caros.>> Não esqueça do protetor solar e água.
Valor: 75 pesos (abril/19).
As ruínas de Tulum combinam com
É possível combinar esta visita com praias em Tulum, nas ruínas tem uma escada que dá acesso a elas. No dia que fui estava fechada devido o mau tempo, mas se você estiver de carro ou bicicleta dá para ir em praias próximas. Cheguei ir a algumas delas, mas como o tempo não estava bom optei pelos cenotes. Fui de bicicleta em 3 deles, o Gran Cenote, O cenote Escondido e o Cristal, todos relativamente próximos. Tenho um post sobre os 10 cenotes que conheci no México.
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