O México têm inúmeras zonas arqueológicas que preservam ruínas de cidades que existiam bem antes da chegada dos colonizadores espanhóis. Habitadas por diferentes povos como os astecas e maias, foram importantes e dominaram territórios através da cultura, religião, comércio e ciências. De épocas diferentes, até mesmo de muitos anos antes da era cristã, elas viveram o apogeu e deixaram de existir também em períodos diferentes com o domínio dos conquistadores.
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E se eu não tivesse conhecido algumas delas, a minha viagem ao México não seria completa. Consegui visitar 8 delas em diferentes regiões. As primeiras ruinas foram do Templo Mayor na Cidade do México, depois Teotihuacan próxima da capital, Tulum no litoral, e no interior conheci Ek Balam, Chichén Itzá, Palenque, Mont Albam e Mitra. Entre elas muita semelhança na construção e na história, mas também detalhes e curiosidades específicas.
Palenque, a impressionante cidade maia na selva mexicana
As ruinas de Palenque não são tão famosas como as de Teotihuacan, Tulum e, principalmente, Chichén Itza. Eu só soube dela depois de ter organizado o meu roteiro, e achei os relatos tão interessantes que acabei alterando a minha programação. Diminuí dias em outros lugares para poder conhecê-las. Não me arrependi, foi o sítio arqueológico que mais gostei.
Localizada no município com o mesmo nome no estado de Chiapas, a cidade maia fica no Parque Nacional de Palenque, portanto cercada por uma floresta. Ela foi abandonada no século IX e só encontrada séculos depois com as suas edificações invadidas pela mata. Em alguns lugares arvores rompem as pedras tornando uma coisa só. O aspecto selvagem, mais a surpresa de encontrar grandes e conservadas construções deixa Palenque mais impressionante.
Palenque passou de pequena vila de agricultores a poderosa cidade com importantes construções, entre elas túmulos, grandes templos e palácios. Entre os governantes se destacou o rei Pakal, mas é possível que Palenque também tenha sido governada por uma mulher, um fato raro. Essa suspeita se dá por ter sido encontrado o esqueleto de uma mulher nobre ligada a Pakal coberto por minério vermelho chamada pelo arqueólogos de Rainha Vermelha.
Em Palenque ainda é permitido subir e andar pelas ruinas. Se isso por um lado não ajuda na conservação, por outro lado deixa a visita mais instigante como se ao andar por seus corredores eu estivesse indo ao encontro dos mistérios maias. Há muitas ruinas a mostra, mas a maioria está escondida pela mata. Em muitos lugares predomina a vegetação e é possível ouvir sons e ver pegadas de pequenos moradores. Palenque é um Patrimônio Mundial da UNESCO.
Visitas: de segunda a domingo, das 8 às 17h. Pode entrar só até às 16:30h. No interior têm placas com informações e na entrada têm Guias de Turismo que oferecem os seus serviços.
Visitei durante a semana e havia muitos visitantes, mas não uma multidão como em Chichén Itzá. Foi possível visitar tranquilamente. Aos domingos a visita é gratuita para moradores, então aumenta o público.
Cheguei à portaria por volta das 8:30h e sai próximo ao meio dia. Durante esse período só fiquei na parte das ruínas. Li relatos de quem visitou em um pouco mais de uma hora, eu teria ficado mais tempo se tivesse. Vai depender do seu interesse. No estacionamento tem um museu (aberto de terça a domingo) com com acervo de peças do sítio arqueológico e a réplica do túmulo do rei Pakal, mas não deu tempo de visitar.
>> Vá com calçado confortável e o terreno têm desníveis.
>> Não esqueça o protetor solar, água e chapéu. A mata ameniza um pouco o calor.Valor: 36 pesos para entrar no Parque Nacional de Palenque + 75 pesos para visitar o sítio arqueológico e (abril/19).
Como visitar as ruínas de Palenque
>> Se estiver hospedado em Santo Domingo de Palenque, distante 8km das ruínas, você têm a opção de ir de van ou taxi.>> Se for visitar outros atrativos na região, você pode fazer um pacote com as agências locais.
Como eu fui
Eu só tinha um dia em Palenque. Cheguei às 6h vindo de Mérida numa viagem noturna de ônibus e no fim do dia teria que encarar outra viagem noturna para San Cristóbal de las Casas. Eu não sabia exatamente como fazer.. a ideia era conhecer as ruínas e o que mais fosse possível até dar a hora de seguir viagem.
Tinha lido sobre vans que saíam de madrugada da cidade de San Cristóbal de las Casas para a visita em Palenque retornando à noite, mas não tinha informações do trajeto contrário.
Quando cheguei ao terminal de autobus da ADO perdido sem saber que rumo tomar, vi propagandas de uma agência dali de dentro com passeios para os atrativos da região. Fiquei surpreso em ver várias opções, só lembrava das ruínas, e acho que eu ia gostar de conhecer alguns daqueles lugares.
Logo se aproximou um rapaz para falar sobre os passeios. Eles eram vendidos e saíam dali mesmo da rodoviária, era tudo que eu precisava. E o melhor, tinha passeio com a opção de seguir viagem de van para São Cristóbal de las Casas por um valor menor ainda que a passagem de ônibus e eu ainda chegaria lá naquela noite. Se eu fosse de ônibus só chegaria no dia seguinte porque ele faz um trajeto diferente do roteiro do tour.
Fora da rodoviária outras agências vendiam os mesmos passeios com valores parecidos. Fechei com a agência da rodoviária o passeio para visitar as ruínas de Palenque, cachoeira de Misol-há e as cascatas de Água Azul e me levar até San Cristóbal de las Casas. Em abril/19 paguei 350 pesos pelo serviço sem os ingressos, mas se preferir já pode incluir na hora.
Como é o tour Palenque com Misol-há e Água Azul + San Cristóbal de las Casas
Saí às 8h da rodoviária na van com o motorista. Em um hotel no caminho entrou uma família. O que vi da cidade de Palenque foi durante esse trajeto. Li que é uma cidade pequena e não muito interessante, mas vi que têm boas opções de hospedagem e uma grande área de floresta, deve ter bons passeios.
A primeira parada foi na entrada do Parque Nacional para pagar a taxa de 36 pesos, depois foi já na entrada do sítio arqueológico (75 pesos). Chegamos às 8:30h e tivemos até às 12h para visitar. O motorista era prestativo, educado, mas não passou nenhuma informação no trajeto e nem sobre o atrativo. Só ai que percebi que não tinha o serviço de um guia de turismo. Por ser um Tour pensei que tivesse e não perguntei na hora de comprar. Mas mesmo assim vale pelo custo beneficio.
Cachoeira Misol-há.
Dali seguimos por uns 40 minutos até Misol-há que já fica no município de Salto de Agua. Apesar da hora não foi ali o nosso almoço. Tivemos só um pouco mais de meia hora para curtir a principal atração do lugar, uma cachoeira com 30 metros de queda e que forma uma lago convidativo para um mergulho, o que não seria nada mal naquele calor de abril. Eu não sabia que podia e não troquei de roupa, aproveitei o tempo fazendo um caminho que passa por trás da cachoeira.
Mas no local tem muito mais. Na verdade é um centro turístico com hospedagem, restaurante e passeios administrado por uma cooperativa de moradores locais. O lugar é bonito e valeu a parada, fica melhor ainda se tiver mais tempo. Valor do ingresso 30 pesos.
Cachoeira Misol-há
Voltamos para a van e viajamos mais de uma hora para chegar a Água Azul, um lugar mais bonito ainda devido a cor da água que dá nome ao lugar. Ali tivemos quase 2 horas, mas eu também estava azul de fome e fui logo comer. Tem várias opções (bem) simples de restaurantes, os melhores ficam no início. O cardápio é parecido e os preços vão melhorando à media que você vai andando.
Cachoeira Água Azul.
Acabei dedicando muito tempo a arte de comer e beber, e quando resolvi conhecer o lugar vi que era grande e aproveitei pouco tempo. Então não faça o que fiz, coma logo ou leve algum lanche e explore a Cachoeira Água Azul.
Logo na chegada tem as barracas com venda de comida e artesanato, e é onde concentra o maior público. Havia muita gente com as excursões. Tem também uns mirantes, passe por ali e siga em frente pois mais adiante tem menos muvuca e você pode aproveitar melhor o lugar e até se molhar nas águas azuis. Ali eu fui experto, logo na chegada peguei outra roupa na bagagem que estava na van e aproveitei.
Cachoeira Água Azul.
Não espere cachoeira muito altas pois na verdade é um rio encachoeirado com pequenas quedas e a beleza é, principalmente, pela cor da água devido aos sais de carbono dissolvidos. Mas não é toda época do ano que a água tem essa cor. Valor do ingresso 50 pesos.
Ali acabou o tour, e o próximo destino era a cidade de San Cristóbal de las Casas. Gostei do roteiro, fui às ruínas de Palenque que era o meu objetivo e ainda conheci dois lugares bonitos.
Cachoeira Água Azul.
Como é a viagem para San Cristóbal de las Casas
Na hora de seguir viagem, as vans que estão voltando para Palenque se encontram com as que estão indo para San Cristóbal. Os motoristas veem quantos lugares têm e vão encaixando as pessoas, esse foi o meu caso. Tive que esperar um tempo sendo um dos últimos.
Quem sai de San Cristóbal e fica em Palenque não passa por isso pois como a última visita deles é nas ruinas próximas do centro, eles já ficam na rodoviária.
Segui em uma van boa, mas não posso dizer que foi uma viagem confortável sem poder me esticar e numa estrada com tantos quebra - molas. Pelo menos fui na frente sozinho com o motorista e observando o cotidiano do interior do México, isso ajudou passar o tempo. Teve uma parada para banheiro e lanche e quando chegamos a San Cristóbal já passava das 22h.
Fico imaginando como é para quem faz o bate e volta de San Cristóbal. Sai de madrugada, faz o trajeto duas vezes e chega tarde da noite. Além disso a ordem dos atrativos é contrária, visitando as ruínas de Palenque por último com um tempo menor. Que pra mim é o objetivo da viagem.
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