Parque Francisco Cantón
Com a pandemia do Coronavirus não é hora de viajar, sei disso. Mas as informações desse post poderão ser úteis para o futuro. E você ler sobre outros assuntos ajuda a passar esse momento de isolamento. E a mim ajuda escrevendo, além de manter o blog atualizado. Se puder, fique em casa.
A cidade de Valladolid entrou no meu roteiro do México por estar numa região de muitos cenotes e próxima a zona arqueológica de Chichén Itza. Para não alterar muito o que já havia programado, pensei em dormir só uma noite na cidade e no dia seguinte conhecer alguns desses lugares e seguir viagem.
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Assim como eu, a maioria dos turistas só pensa no que tem nos arredores da cidade: muitos cenotes e ruínas de cidades maias. E na cidade fazem uma parada rápida quando estão de passagem para outro destino.
Mas Valladolid é uma cidade colonial conservada só com construções baixas e fachadas de corres fortes, típico das cidades do interior do México. Foi cenário de fatos históricos e é um dos “Pueblos Magicos” do país oferecendo atrativos históricos, culturais e boa gastronomia. Portanto Valladolid merece mais tempo do que alguns minutos.
Conheça a cidade de Valladolid no México
Cheguei à noite a cidade para no dia seguinte começar cedo a minha programação.
Mas apesar de ter uma relação de cenotes da região eu não tinha informação de como ir por conta própria. Só tinha lido relatos de quem havia ido de carro, o que não era o meu caso. Em Valladolid não tem locadora de carro, o máximo que tem é locadora de bicicleta e muita gente vai pedalando para os mais próximos. Cheguei a cogitar esta opção, mas a região é muito quente e em Tulum eu já havia pedalado muito. Além de achar que os preços não eram bons.
Diante disso aproveitei que estava precisando dormir, desliguei o celular, relaxei e a hora que eu acordasse veria o que conseguiria fazer. Acabei acordando mais tarde e sem culpa fui tomar o meu café tranquilamente. Acho que eu já tinha desistido de conseguir fazer o que queria.
Mas as coisas foram acontecendo e acabei ficando 2 dias inteiros em Valladolid e só segui viagem na manhã do terceiro dia. Veja meu roteiro.
1º dia
Já era quase 11h quando fui para o terminal rodoviário da ADO (empresa de ônibus, veja como é viajar de ônibus pelo México) para ver horário para Chichén Itza. Mas na mesma calcada do terminal (calle 39), praticamente ao lado dele, tinha uma entrada de carros com um banner com propagandas de cenotes. Era um ponto de transporte alternativos para alguns cenotes e para a zona arqueológica.
Para Chichén Itza o transporte era uma van, custava 35 pesos, mas precisava conseguir uma lotação. Para dois dos cenotes o transporte podia ser um taxi, custava 25 pesos, mas precisava de mais 3 pessoas para sair e só tinha eu. Acho que quanto mais cedo, mas fácil para conseguir gente para sair.
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Como ninguém apareceu, o taxista propôs em me levar por 80 pesos. Não quis perder tempo e aceitei e depois de alguns minutos cheguei na entrada dos cenotes Samula e X’kekén. Dois cenotes, um ao lado do outro, com a mesma portaria e a opção de conhecer um (80 pesos) ou os dois (125 pesos). Fui aos dois e valeu muito a pena. Tem post sobre eles aqui no blog. Na hora de voltar para a cidade demorou em aparecer alguém para dividir um taxi. Pensei que fosse ter que bancar novamente sozinho o taxi.
Voltei à tarde para Valladolid e resolvi conhecer logo um pouco a cidade pois não sabia se conseguiria fazer isso depois. A cidade é plana e as principais atrações ficam no centro, dá para fazer a pé e ver muito da cidade. O que atrapalha é o calor que faz. Na cidade tem mercados e pequenos comércios onde são ofertados artesanatos e produtos típicos. Em um deles me foi oferecido provas (no plural mesmo) de Mezcal, uma bebida tradicional e encontrada em vários lugares e cidades mexicanas. É boa, mas forte. Gostei.
Fui primeiro conhecer o cenote Zací, o único que fica dentro na cidade próximo do centro e fácil de chegar. Ele é visto de cima, tem um visual bonito, havia gente na água, mas li que não era recomendado então não entrei e também queria ter tempo para visitar outros lugares. O valor do ingresso era 30 pesos, mas quem consumir no restaurante ao lado tem a entrada liberada. Ao seu lado tem também uma feira de artesanato.
Detalhe no Parque Francisco Cantón; as cadeiras ficam uma de frente pra outra
Duas quadras dali está a principal praça da cidade: Parque Francisco Cantón Rosado. Ela é agradável, bonita e arborizada, mas estava vazia quando passei.
Ao seu redor têm construções importantes e bonitas como a Igreja de San Gervásio da mesma época de fundação da cidade. Ela tem grandes torres, chama atenção, mas fica mais bonita á noite. O seu interior também é bonito e a visita é grátis.
Igreja de San Gervásio
Em outra lateral da praça está o Palácio Municipal (a prefeitura da cidade). No térreo tem serviço de informações turísticas onde fui bem atendido e orientado. No primeiro andar funciona um museu com pinturas e informações históricas da cidade. A visita é grátis. Nessa hora não visitei, mas à noite ele ainda estava aberto e foi mais interessante porque de suas janela pude ver a cidade iluminada.
Da praça segui em busca da Calzada Los Frailes, uma rua a duas quadras da praça e que é como uma calçadão com construções coloniais bonitas que além de residências tem também bares e restaurantes. A rua era a ligação entre o centro da cidade e o bairro do Sisal onde está outro atrativo da cidade: Convento San Bernadino de Siena. Uma construção franciscana do século XVI e que hoje funciona uma igreja e um museu.
Calzada Los Frailes
No horário que cheguei o museu já estava fechado e só consegui conhecer a igreja que é simples. O museu tem ingresso, a igreja não. De terça a domingo acontece às 21h um espetáculo de som e luz que conta a história da cidade. Eu fiquei com preguiça e acabei não indo ver, uma pena. Como a visita foi rápida parei em uma pequena e simples paleteria em sua frente. Externamente não é uma construção bonita, mas é grande e chama atenção.
Convento de San Bernadino
Já se aproximava das 5h da tarde e eu ainda não havia almoçado. Parei em um restaurante na Calzada Los Frailes onde tive a melhor refeição da minha viagem.
De volta a praça principal ela parecia outro lugar. Ela estava tomada por gente que circulavam entre barraquinhas de artesanatos e comida. Em frente a prefeitura grupos apresentavam danças típicas e que fiquei sabendo depois que acontecem aos domingos. Da igreja estava saindo uma procissão movimentando mais ainda a praça.
A esta altura só me restava dormir mais uma noite em Valladolid. Voltei ao hostel e consegui mais um pernoite.
Depois de um bom tempo deitado, fui até a praça e ela ainda estava com movimento (uma característica do México, as praças movimentadas à noite). Já passava das 21h e para a minha surpresa o museu da prefeitura ainda estava aberta e aproveitei para visitar. Atrativos abertos também à noite foi outra coisa que percebi é comum no México.
Fui andando pela cidade e acabei chegando até a Igreja da Candelária, mas esta já estava fechada. Foi tranquilo e me senti seguro o tempo todo.
Palácio Municipal
2º dia
Neste dia eu sai mais cedo para não perder tempo, até mesmo porque não sabia ao certo o que ia conseguir fazer. Ao passar pela rua 44 esquina com a 37 fui abordado por um taxista que me ofereceu para ir a zona arqueológica de Ek Balam. É que ele estava com duas pessoas para levar, mas precisava de mais gente para poder sair.
Zona arqueológica de Ek Balam
Ek Balam estava na minha lista, mas nem imaginava mais conhecer. Não perdi a oportunidade, paguei 50 pesos e fui. Um pouco mais de meia depois estava lá. Paguei 413 pesos e tive uma boa surpresa. Não vou escrever sobre pois já tenho post de Ek Balam, ruínas de um reino maia.
Ao sair dali vi placas indicando para o cenote Xcanche, fui pedir informações e acabei indo conhecer. Passava de meio dia quando sai dele. Fui para a portaria em busca de transporte para voltar a Valladolid, mas não tinha ninguém para dividir o taxi comigo. Então negociei com o taxista para me levar aos cenotes Palomita e Agua Dulce e depois me deixar na cidade.
Cenote Xcanche
De volta a Valladolid já não dava mais tempo de ir a Chichén Itza, tive que transferir mais uma vez para o dia seguinte.
Aproveitei então o tempo para ir conhecer outros lugares. fui até a simples e simpática Igreja de Santa Ana distante 3 quadras da praça principal, estava aberta e a visita é gratuita. Próximo dali está o Museu San Roque, passei por ele outras vezes e não entrei, então fui visitar. Funciona dentro de uma antiga igreja e é grátis. Também gostei de conhecer.
Na mesma rua está Casa de Los Venados, um museu muito indicado de arte mexicana. Mas esse eu não consegui visitar devido ao horário.
Igreja de Santa Ana
Já era tarde e fui até a praça para almoçar em algum dos restaurantes ao seu redor. Aproveitei o restante da tarde para andar pela cidade, mas antes fui comprar logo a passagem para Chicén Itaza para não correr o risco de mudar novamente a minha ida.
No dia seguinte ás 8h embarquei para a Chichén Itza, a mais famosa das ruínas maias. Depois segui viagem para a Cidade de Mérida.
Eu que achava que não conseguiria conhecer nenhum cenote e a minha ida a Valladolid seria aproveitada, acabei conhecendo 06 cenotes e mais um sítio arqueológico. Valeu muito a pena.
Observações sobre o meu roteiro
>> Viu que por falta de informações acabei saindo os dois dias para ir conhecer cenotes e conheci a cidade no tempo que restava.
>> O ideal seria um dia só para a cidade e outro dia para os cenotes e Ek Balam. Mas para isso precisaria está de carro para o dia de fora da cidade. E como em Valladolid não tem locadora eu teria que alugar um carro em Tulum e devolver em Mérida e sairia muito caro. Se for alugar, você pode alugar ainda aqui no Brasil de forma segura e prática sem pagar a mais por isso.
>> Na região tem mais cenotes e se for o caso de querer conhecê-los fique mais tempo.
>> Viajei ao México em abril do ano passado. Os preços aqui mencionados são daquela época.
Como Chegar
>> De ônibus a partir de várias cidades. Eu fui de Tulum com a empresa ADO, foi uma viagem tranquila que teve a duração aproximada de 2h.
>> Não tem aeroporto. Os de Cancún e de Mérida estão a 160km, aproximadamente.
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Onde comer
Restaurante La Calzada
A cidade oferece boas opções de restaurantes. Tem para quem viaja com orçamento reduzido e também tem para quem pode comer em restaurantes melhores. Me surpreendeu a quantidade e variedade de restaurantes na cidade. A minha melhor refeição da viagem foi em Valladolid.
Ao redor da praça central tem algumas opções. Entre ela tem o Restaurante Los Portales com mesas na varanda voltada para a praça. Tem pratos com preços bons, mas para quem come bem não são bem servidos.
Do outro lado da praça tem o Bazar Municipal, é como um mercado com várias opções para quem quer comer pagando pouco. O lugar reúne moradores locais e mochileiros.
Na Calzada Los Frailes têm opções para comer bem com um bom custo. Em um café comi uma deliciosa empanada argentina (adoro empanadas) e no Restaurante La Calzada almocei muito bem com um bom preço. Almoço com duas cervejas mais serviço foi 200 pesos.
Também no centro conheci o La Casona de Valladolid, não comi lá pois só vi no último dia e já estava fechando, mas é um lugar agradável e bonito.
Onde ficar
Me hospedei no Hostal Gayser e reservei pelo site Bookings. Quando vi achei interessante por ter cabines separadas em vez de quartos coletivos, era algo novo pra mim e o preço era bom. O lugar era legal com um corredor com várias cabinhes, tinha uma boa estrutura e o atendimento era bom.
Seria ótimo se a cidade não fosse tão quente e se na cabine não fizesse tanto calor mesmo com um ventilador. Dormi mal naquela noite pois não tinha outra opção. Mas as noites seguintes foram tranquilas pois ali era hostal e pousada com um lado só de suítes com um bom ar condicionado e vagou uma. Não precisei procurar outro lugar.
Ele não oferece café da manhã, mas tem uma cozinha coletiva e nas suítes tem uma cozinha compacta. Mas não precisei usar porque na mesma rua tem um café com boas opções, bons preços e são simpáticos.
A localização também não é ruim. Está só a três quadras da praça principal. Mas na cidade existem várias opções de hospedagem.
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