De Lisboa a Porto com parada em Fátima

Dia de deixar Lisboa e seguir para o norte do país. Gostei muito da capital e fiquei com uma ótima impressão do lisboetas, mesmo tendo um monte de gente falado pra mim que eles eram grosseiros, sisudos e respondiam mal. Mas por onde passei na capital fui atendido com paciência e com educação. 

Isso até chegar ao terminal rodoviário de Sete Rios, de onde saem os ônibus para Fátima. Lá fui atendido por um motorista com o perfil relatado. Mas poderia ser que ele estivesse só com um dia ruim.

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Os serviços na rodoviária são diferente dos nossos, e isto chamou a minha atenção. 

A bagagem, por exemplo, somos nós mesmos que guardamos no bagageiro e não é colocada nenhuma etiqueta de identificação. No Brasil, entregamos a bagagem a um funcionário e recebemos uma etiqueta que comprova que guardamos e evita extravio.

E involuntariamente pensei, com cabeça de quem vive no Brasil, que as pessoas ao saírem do ônibus poderiam pegar enganadas ou de propósito uma bagagem que não seja a dela. No Brasil tem até leis específicas para isso. 

Já o motorista, também diferente do Brasil, que cumprimenta e passa informações aos passageiros antes de dirigir, simplesmente sai com o ônibus. Mas enfim, cada país de um jeito. E viajar é bom por isso.

Nova Basílica de Fátima (Igreja da Santíssima Trindade).

  Interior da Nova Basílica.

Na saída de Lisboa havia muito trânsito mas depois melhorou. As estradas são boas e observei que o ônibus andava a 100 km por hora. Entre um cochilo e outro olhava a paisagem e não gostei muito do que vi. 

Depois de uma hora e meia cheguei em Fátima, desci numa rodoviária não muito atraente e com um pessoal não muito receptivo e para piorar não tinha informação na rodoviária. Achei esquisito pois em todos lugares que fui encontrei informações turísticas e Fátima é uma cidade turística.

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Resolvi então perguntar a um senhor que trabalhava na rodoviária e ele com uma má vontade danada disse somente que ficava a 200 metros dali. Ele informou a única coisa que eu já sabia, pois fui de ônibus para Fátima porque eu tinha informações de que a estação de comboio era longe do santuário e a rodoviária ficava a 200 metros.

O SANTUÁRIO

Comprei a minha passagem para Porto e sai da rodoviária a procura do santuário de Nossa Senhora de Fátima. Imaginei que não seria difícil encontrar pois seria igual ao de Nossa Senhora Aparecida, um local com uma grande igreja e um monte de vendedores de terços, velas e imagens de santos andando entre os carros e ônibus. Me enganei,  cheguei ao Santuário sem saber que era o Santuário. Encontrei um lugar amplo com uma construção moderna tendo ao lado uma grande cruz, então imaginei que ali seria uma igreja e fui conferir.

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Era a Nova Basílica de Fátima e do outro lado de um pátio enorme estava a antiga Basílica. Mas eu me perguntava: cadê os vendedores ambulantes que ficam empurrando lembrancinhas nos turistas e peregrinos? não vi, e também não vi carros no meio do pátio atrapalhando a passagem. O Santuário de Fátima é diferente do nosso. É mais discreto, menos imponente. Não sei se porque era uma segunda feira, mas havia pouca gente  e com isso mais silêncio, mesmo sendo véspera da Festa que marca a aparição da santa (13 de maio de1917).

Estátua do Papa João Paulo II.

Basílica antiga do outro lado do pátio.

 Interior da Basílica antiga.

 Órgão com aproximadamente 12.000 tubos.

A 13 de Maio de 1917, três crianças cuidavam de um pequeno rebanho. Chamavam-se Lúcia de Jesus, de 10 anos, e Francisco e Jacinta Marto, seus primos, de 9 e 7 anos. Quando por volta do meio dia tiveram a Aparição de Nossa Senhora.

Na entrada do Santuário, do lado sul, encontra-se um monumento constituído por um bloco do Muro de Berlim, transformado em monumento, com o peso de 2600 quilos, 3,60 metros de altura por 1,20 metros de largura.

Fátima a princípio não estava no meu roteiro mas estava no caminho para Porto, e alguns amigos falaram tanto pra eu ir, então acabei incluindo e não me arrependi. Fiquei somente 02 horas na cidade e só deu para conhecer o Santuário composto pela  Basílica, Capelinha das Aparições e a Igreja da Santíssima Trindade. Mas tem outros lugares que complementam a visita.

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No final da visita descobri que fora do pátio e separado por um muro existe o centro comercial com as lembrancinhas e área de alimentação. Do outro lado da rua fica o centro de informação turística com internet liberada. E na volta para a rodoviária pude observar que barracas já estavam sendo armadas no estacionamento para a Grande festa.

Ao meio dia embarquei para Porto, o ônibus era melhor e o motorista pior. Duas horas depois cheguei a cidade de Porto. No inicio achei uma cidade sombria, a começar pela rodoviária que parecia mais um galpão de depósito. Alias, as estações de metro e comboio que conheci em Portugal são bonitas e bem cuidadas mas as rodoviárias são bem esquisitas. (Leia aqui a continuação do meu dia em Porto).