No meu terceiro dia em Madrid segui para o museu de arte moderna da Espanha, o Museu Reina Sofia (esposa do atual Rei da Espanha). Se o Museu do Prado é a casa de nomes como El Greco e Goya, o Reina Sofia é o lugar de Picasso, Dali e Miró entre outros.
Como no Prado, havia um grande público, e uma cena que vi em vários lugares se repetia, vários grupos de estudantes e crianças sentadas em frente a uma obra de arte ouvindo explicações de um professor ou de um guia.
É no Reina Sofia que está uma das obras mais importantes do Espanhol Pablo Picasso, o quadro Guernica. Por ser arte moderna as obras eram mais coloridas e alegres. Havia umas instalações loucas, mas um pouco de loucura é bom. A visita é gratuita de segunda a sexta no período de 19h a 21h, sábado no período de 14h30 a 21h e Domingo no período de 10h a 14h30.
Fiquei ali um bom tempo e ao sair fui conhecer a Estação Ferroviária de Atocha que fica ao lado do museu, do outro lado da avenida na Praça do Imperador Carlo V. A estação foi palco dos atentados terroristas de 11 de março de 2004. Ela é grande e também recebe uma linha do metro de Madrid. Eu precisava conhecê-la pois no dia seguinte embarcaria ali para Toledo e depois para Barcelona.
Almocei próximo dali e depois fui de ônibus até o Estádio do Real Madrid. Para quem é doido por futebol (não é o meu caso) existe a visita interna ao estádio, desde que pague 16 €. Dali segui de ônibus e fui conhecer a Plaza de Toros de Las Ventas. Palco das tradicionais touradas espanholas, uma arena circular e fechada. Hoje a principal arena de tourada da Espanha.
Estádio do Real Madrid. Ele tem uma grande estrutura com restaurante aberto ao público e loja.
Era fim de tarde e havia muita gente no local, era dia de tourada. Fiquei impressionado com a movimentação na frente da Arena, eu não tinha ideia de como os espanhóis são fissurados pela tourada. À medida que se aproximava das 07 horas da noite, chegava mais gente. As senhoras super elegantes e os senhores com ternos bem alinhados. A maioria do público era tão antiga quanto as touradas.
A todo momento uns senhores me ofereciam ingressos na frente da bilheteria, e além deles tem umas cabines espalhadas pela praça vendendo ingressos. Os valores mudam dependendo do lugar na arena, e depende também se o lugar é na sombra ou no sol. Confesso que tentei entender o funcionamento da tourada mas não consegui. Só sei que são 06 touros e 03 toureiros que são distinguidos pela cor da roupa, e a luta entre touro e toureiro termina com a morte de um dos dois, que normalmente é a do touro.
Sei que as opiniões divergem sobre o tema. Tem gente que é favor por defender uma tradição que faz parte da cultura nacional, e tem gente contra por achar uma barbaridade o que é feito com o touro. Na Espanha a tourada já foi proibida em alguns lugares, como Barcelona. Eu como não sou espanhol, estou mais para o lado dos que são contra mas pensei em entrar e assistir, até mesmo para formar uma opinião, mas estava muito cansado para ficar ali por mais de duas horas. Então fui embora para o albergue.
A garganta estava boa, mas eu continuava gripado e pelo visto ela ia me acompanhar por alguns dias. Então mandei ela às favas e a noite sai. Mas não queria nenhum programa cultural, o único museu que eu queria ver era o Museo do Jamon. Cheguei ao museo e uma multidão disputava um lugar no balcão. Eu depois de algum tempo consegui encostar e ai bebi unas cañas de cervezas e ganhei uns Tapas (são petiscos que os bares espanhóis servem para acompanhar a bebida).
À noite o lugar fica mais interessante e descontraído. Impressiona a agilidade dos barmans servindo bebidas, tapas e recebendo do ciente. Ao mesmo tempo que atendem, eles gritam o pedido pra cozinha, isso tudo com muito bom humor (no museo da Calle Mayor, próximo a Porta do Sol). É uma loucura, queria ver se algum pintor renascentista conseguiria mostrar os detalhes daquele momento, e duvido se algum modernista conseguiria com poucos traços ilustrar aquela situação. Posso até arriscar que o museo do jamón recebe mais visitas que o Museu do prado.
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