Trem de alta velocidade de Madrid a Barcelona

Era dia de deixar Madrid e ir conhecer Barcelona, fui cedo para a estação Atocha para não correr o risco de perder o trem de Alta Velocidade. Eu já estava com  passagem, recebi em casa sem nenhum problema, mas no dia anterior eu me enrolei na estação para ir à Toledo, então fui com antecedência. Mas não fui o primeiro a chegar, quando cheguei já havia um grupo de japoneses esperando para embarcar.


Foi tranquilo, primeiro passei a bagagem pelo raio X para entrar na área de embarque e depois quando fui para o trem, conferiram a passagem. O trem saiu pontualmente às 08h30min de Madrid e chegou em Barcelona às 11h22min, e em 02h e 52min percorri uma distância de mais 600 km. O trem saiu tranquilo e numa velocidade baixa até alcançar os 300 km, ele é moderno e confortável mesmo na segunda classe, onde viajei. Comprei a passagem pela internet e consegui um desconto, mas teria um desconto maior se tivesse comprado com mais antecedência.

  Madrid    Na estação Atocha, embarcando para Barcelona.

MadridO painel no interior do trem vai mostrando a velocidade. 

Cheguei a Barcelona e fui caminhando até o albergue, não sei porque imaginei que seria perto e acabei andando por uns 15 minutos com a mochila nas costas. Minha hospedagem foi no Albergue Barcelona Pere Tarres, grande, limpo e com boa estrutura. Ao contrário do que fiquei em Madrid, oferecia bastante área comum e computadores com acesso a internet gratuita. O café da manhã incluído era bom e farto.


O quarto ainda não estava liberado, então guardei a mochila e fui de metro até a “La Rambla”, uma imensa avenida com um calçadão ao meio, possui ao seu redor cafés, restaurantes e lojas. Liga a região do porto da cidade a Praça de Catalunha

Cheguei por uma estação próxima ao porto e fui caminhando até a praça. A princípio vi uma rua lotada de turistas do mundo todo com suas máquinas fotográficas e mapas nas mão (acho que estava cansado desses lugares cheios). Mas também tem museus, teatros e a Praça Real que me lembrou a Plaza Mayor de Madrid.


Madrid
Estava com fome pois acordei cedo e não tomei café, fui procurar um restaurante. À medida que eu me afastava de Portugal os preços das refeições ficavam mais altos. Lembrei que ainda não havia comido carne bovina, só carne suína. E eu como um bom carnívoro já estava ficando desesperado. 

De repente encontrei um restaurante onde no menu estava uma palavra que adoro “churrasco”, sem pensar duas vezes decidi que o almoço seria ali. Fiquei decepcionado, o churrasco não passava de dois bifes pequenos e finos acompanhados de meia dúzia de batatas fritas. Não tirei foto do prato pois fiquei com vergonha pelo restaurante.  A única coisa boa do almoço foi a cerveja.

Continuei passeando pelas Las Ramblas me desviando da multidão e observando os artistas de ruas e os detalhes nas construções. Passei por parte do Bairro Gótico em frente a Catedral de Barcelona, igreja do mar e cheguei a Praça da Catalunya, uma praça muito grande com fontes, estátuas e jardins. A medida que eu ia andando a minha impressão da cidade melhorava, as avenidas são largas e bem cuidadas, os prédios são cheio de estilos e com muitos detalhes nas fachadas.


Madrid
  
MadridA Igreja de Santa Maria do Mar. É uma das principais igrejas góticas da Catalunha.

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Praça Catalunya.

Olhando o meu mapa observei que ali perto estava a Casa Batlô, um dos cartões postais da cidade e uma conhecida obra do arquiteto Catalão Gaudí, símbolo de Barcelona. Fui então caminhando pelo Paseo de Grácia numa região modernista da cidade. Segui mais um pouco e cheguei a outra construção de Gaudi, Casa Milà, também conhecida como La Pedrera. O arquiteto Antônio Gaudí é conhecido por suas obras em formatos nada convencionais.

MadridCasa Batlô, uma das obras do arquiteto Gaudí. O arquiteto recebeu o pedido do industrial José Batlló Casanovas para reformar um edifício construído em 1875. A fachada chama a atenção por suas formas arredondadas, característica de Gaudi.

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Outra obra famosa de Gaudí é a Casa Milà, também conhecida como La Pedrera. É um edifício com uma arquitetura nada convencional, foi construída entre 1905 e 1907. Na época da construção, muitos moradores da cidade consideraram feio, dando o nome de La Pedrera.

No caminho até as famosas construções de Gaudi, de repente tive uma visão. Um restaurante com uma churrasqueira e um belo espeto de carne, digno de uma foto. Mas eu havia almoçado a poucos instantes. Deixei então para mais tarde no retorno das visitas. E é claro que na volta parei ali. Era um restaurante self service onde também tinha carne de churrasco no buffet, mas não com a fartura que encontramos no Brasil. Gente, que eu saiba a vaca é sagrada só na Índia!


Ao sair do restaurante quase satisfeito por ter comido uma carne, pensei em ir embora para o albergue mas, de repente comecei a ouvir um som conhecido de batucada. Fui acompanhando o som imaginando que estivesse ali uma bateria de escola de samba brasileira. Mas não era isso não, era uma manifestação contra a economia, sistema financeiro, etc… coisa que não vejo no Brasil já algum tempo. Havia muita gente na avenida, turistas misturados com manifestantes. E atrás iam a policia, ambulância e o pessoal da limpeza, tudo muito organizado.


MadridManifestação animada por uma quase bateria.

Voltei ao Bairro Gótico. Já era fim do dia e com o movimento menor nas ruas pude andar com mais calma, observando melhor a região mais antiga de Barcelona. O bairro guarda em suas construções as marcas do tempo em que a cidade estava sob o domínio Romano, e é possível encontrar vestígios da muralha que cercava a cidade medieval dessa época. Andando pelo bairro, lembrei de Toledo. Com o entardecer os artistas vão tomando conta das praças, esquinas e becos.


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Pelas ruas do bairro Gótico.

MadridCarrer del Bisbe, uma das estreitas ruas ao redor da catedral de Barcelona.
 
MadridPlaza de Sant Jaume, local de várias eventos públicos como comemoração das vitórias do time Barcelona. Ao fundo o prédio do Ayuntamiento de Barcelona (órgão do governo municipal).

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Madrid Basílica de Nossa Senhora das Mercês.

No final do dia, já cansado de andar pela cidade, voltei ao albergue. A recepção estava movimentada com pessoas de vários países e diferentes idades. No albergue estavam hospedadas pessoas sozinhas e pessoas em grupos, como um de dançarinas adolescentes que encontrei no elevador.  Fiquei imaginando o que eu iria encontrar no meu quarto, fiquei traumatizado depois do albergue em Madrid. Mas dei sorte, o pessoal do meu quarto era tranquilo e não tive problemas. Tomei um banho e desmaiei na cama.

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