Embarquei às 12h27min, na estação Santa Lúcia em Veneza. Entrei no trem e foi automático, dormi. Acho que estava cansado pois não sou de dormir durante viagem e principalmente de dia, mas foi mais forte que eu. Acordei ouvindo “buon giorno” “buon giorno”, era o fiscal pedindo a passagem para conferência. A exemplo de outros países, na Itália você não apresenta a passagem no embarque em viagens dentro do país, o fiscal passa durante a viagem e confere se você tem mesmo a passagem. Se não tiver paga uma multa altíssima.
O trem no início estava vazio, mas ele não era direto, parava em Mestre, Padova, Bolonha e Firenze. E à medida que parava entrava mais gente, chegando incomodar um turista (eu) cansado e com sono.
A exemplo do trecho Madrid para Barcelona, eu viajei na 2ª classe mas o trem espanhol era muito melhor. No trem italiano as poltronas ficam uma de frente para a outra com uma mesa no meio, assim não dá para esticar as pernas se tiver alguém sentado na sua frente, e o conforto das poltronas é bem inferior. Não é atoa que uma amiga chama a empresa de trem italiana Trenitália de "genitália".
De Veneza a Firenze a viagem foi bem movimentada e barulhenta, mas depois a viagem foi direta sem entra e sai e ficou mais tranquila. Confesso que estava ansioso para chegar a Roma, mas o trem chega por uma parte feia e quando se aproximava da estação eu me perguntava “cadê a Roma que eu sempre ouvi falar na escola, na igreja, que li nos livros?” a chegada foi um balde de água fria na expectativa que criei.
JÁ EM ROMA
Fonte das Náiades (Fontana delle Naiadi) na Praça da República. Ninfas aquáticas com poderes de cura e de profecia
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Às 16h13min cheguei na Estação Termini como estava marcado na passagem. Ela é grande e bem movimentada, é outro lugar que precisa de uma atenção. Desembarquei e fui logo procurar o Hostel Legends. Devido o que li sobre a região, eu andei meio tenso, mas o albergue ficava num lado mas tranquilo e situado entre restaurantes e comercio em geral.
Ele é dividido em três partes, a recepção fica em um prédio, alguns quartos ficam em outro prédio (onde fiquei) e o café da manhã é servido em outro. Mas é um colado no outro e tem elevador. Dividi o quarto com mais 07 pessoas de várias nacionalidades, pois todo dia mudavam as pessoas. Havia até um mineiro que foi fazer intercambio em Londres e estava agora viajando pelo mundo.
Aproveitei o fim de tarde para conhecer alguns atrativos pertos dali e ver se mudava a impressão inicial que tive de Roma. Sai andando e percebi que tive sorte na localização do albergue pois o outro lado da Estação Termini era bem esquisito. Percebi também que teria que ter mais atenção nas ruas pois o trânsito de Roma é maluco, os carros não param nem em sinal fechado e você tem que sair desviando deles se quiser chegar ao outro lado.
Peguei o mapa da cidade na recepção do albergue e fui andando até a Praça da República, um lugar bem movimentado onde é possível ver a correria do dia a dia do romano. A praça é rodeada por belas construções e no centro fica a Fontana delle Naiadi (uma das várias fontes da cidade de Roma). Aproveitei e visitei a Basílica de Santa Maria degli Angeli e dei Martiri que fica ali na praça.
Para satisfazer a demanda da população que crescia nessa parte de Roma, o imperador Maximiano, que dividia o poder com Diocleciano, mandou construir um complexo de banhos entre 298 e 306, ao voltar da África. Com quase 400 metros de lado, podia acomodar três mil pessoas. Quando o papa Pio IV deu o local aos monges de Santa Cruz em Jerusalém, Michelangelo converteu o salão central dos banhos na Basílica de Santa Maria degli Angeli e dei Martiri (Santa Maria dos Anjos). O trabalho começou em 1563.
Palazzo delle Esposizioni
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Igreja de Santa Catarina e a Torre da Milicia
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Da Praça da República continuei pela via Nazionale, uma avenida que começa ali e vai até a Praça Veneza. Possui prédios comerciais, hotéis, bancos e museus. Parei em frente a um prédio que chamou a minha atenção, era o Palazzo delle Esposizioni, um centro cultural com cinema, teatro, museu, restaurantes e auditórios. Cheguei até o Largo Magnanapoli, onde fica a Torre delle Milizie (Torre da Milícia), construída nas ruinas do Mercado do Trajano (imperador de Roma). Dali eu virei a direita e cheguei a Piazza del Quirinale.
Na Piazza Del Quirinale (Praça do Quirinal – nome do monte onde está localizada) está a sede da Presidência da República Italiana. No centro da Praça está a Fonte do Dioscuri (personagem da mitologia grega, filhos de Zeus) com um Obelisco. Em frente do obelisco está o Palácio do Quirinal que já foi o residência de verão dos Papas e hoje é a residência oficial do Presidente da Itália.
Sai dali por uma rua lateral e comecei a passar por uma parte da cidade com ruas estreitas e desalinhadas de um bairro que me pareceu bem tradicional, assim cheguei a um ponto turístico muito procurado pelos turistas do mundo inteiro, a Fontana de Trevi (Fonte dos Trevos), a fonte mais bela de Roma. Estava tomada por turistas, aliás por onde passei na Itália havia muitos turistas, entre eles muitos brasileiros.
A fonte situava-se no cruzamento de três estradas (tre vie), marcando o ponto final do Acqua Vergine, um dos mais antigos aquedutos que abasteciam a cidade de Roma. Os romanos tinham o costume de erguer uma bela fonte ao final de um aqueduto que conduzia a água para a cidade. Por isso um simples aqueduto se transformou em uma obra de arte barroca, com muitos detalhes em alto relevo.
Segui pela Via Del Corso e avistei um monumento parecido com um bolo de casamento, fui ver o que era e cheguei na Piazza de Venezia (Praça Veneza). Uma região com um trânsito intenso, com grandes construções ao seu redor. O imponente monumento era o Monumento Nacional a Vitor Emanuel II (rei da itália), que abriga um museu.
Eu precisava ir embora tomar um banho e descansar, mas a curiosidade era grande. Dali vi umas construções que me chamaram a atenção (comum em uma cidade como Roma), fui seguindo a curiosidade e passei pelo Fórum Romano (ou o que sobrou dele) e outras construções da Roma Antiga. Acabei chegando ao Coliseu, que fica perto dali, e ao lado dele estava o Arco de Constantino. Voltei a esses lugares em outro dia para a visita.
Fórum Romano
Do Coliseu peguei o metro na estação ali perto e retornei a Estação Termini. O metro de Roma foi o pior que eu andei, ele é sujo e cheira mal. Na Estação Termini tem um centro comercial com bares, várias lojas, restaurantes, lanchonetes e supermercado. Aproveitei para fazer um lanche e depois fui para o albergue, apaguei.
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