O meu último dia em Barcelona reservei para conhecer o Parque Guel e a Igreja da Sagrada Família. Os dois locais foram projetados por Antoni Gaudí, o famoso arquiteto Catalão que viveu em Barcelona.
Sai do albergue e fui de metro conhecer primeiro o Parque Güell, seguindo a orientação do pessoal do albergue desci na Estação Vallcarca e continuei andando. Mesmo essa estação sendo a mais perto, tive que andar um pouco, não há estação mais próxima e nem ponto de ônibus. O Parque fica em uma parte alta da cidade, tem até escadas rolantes para facilitar a vida do visitante.
O Parque Güell é um grande jardim com elementos arquitetônicos situado na parte superior de Barcelona. Idealizado como uma área de urbanização por Eusebi Güell, rico empresário catalão membro de uma influente família burguesa de Barcelona. Construído entre 1900 e 1914. O projeto foi solicitado ao seu amigo Antoni Gaudí.
Mas o projeto não fez sucesso comercial, estava previsto construir uma urbanização de grande categoria, com aproximadamente 60 moradias disseminadas num imenso jardim, nas imediações da cidade e com uma vista panorâmica sobre toda Barcelona. Mas o projeto resultou pouco atrativo para os barceloneses que acharam que a região era pouco urbanizada e ficava longe do centro de Barcelona.
Com isso os herdeiros de Güell venderam o parque ao Município de Barcelona sendo inaugurado como parque público em 1922. Em 1984 a UNESCO incluiu o Parque Güell dentro do Lugar Patrimônio da Humanidade «Obras de Antoni Gaudí». O Parque Güell reflete a criatividade artística de Gaudí, período no qual o arquiteto aperfeiçoou o estilo pessoal, inspirando-se nas formas orgânicas da natureza. A isso acrescentou uma grande liberdade criativa.
Ao chegar ao parque, depois de andar muito e subir escadas, havia poeira e fazia calor. Acho que isso ajudou para que eu não entendesse porque o parque era tão famoso. Pensei logo que eu não ficaria ali o tempo todo que imaginei. Fui andando pelo parque e procurando motivos para gostar daquele lugar.
Por está localizado em uma parte alta da cidade, logo encontrei um mirante que proporcionou uma bela vista de Barcelona, tendo um destaque a catedral da Sagrada Família e a Torre Agbar. Continuando a andar, desci até uma grande praça circular rodeada por um banco revestido de pedaços de cerâmicas formando assim um mosaico e dando um colorido ao lugar.
A praça estava lotada por turistas, moradores, artistas e camelôs vendendo todo tipo de lembranças. Resolvi ficar um tempo ali na praça e para refrescar aproveitei para beber uma cerveja. A movimentação na praça e o colorido das obras de arte fizeram eu mudar de ideia e começar a enxergar o parque mais interessante. A própria praça serve muito bem de mirante e dali se pode ver dois pavilhões construídos por Gaudí. Esses pavilhões cobertos de mosaicos, apresentam o estilo próprio de Gaudí.
Sala Hipóstila ou Sala das Cem Colunas, que serve de suporte à praça superior. Esta sala foi desenhada para funcionar como mercado para o bairro residencial, mas atualmente somente é utilizada por alguns músicos.
A moça se bronzeando.
No parque está situada a Casa-Museu Gaudí, embora esse edifício não pareça pertencer a este parque, pelo seu traçado completamente diferente das outras casas aí existentes.
Depois de um bom tempo no parque, fui para Catedral da Sagrada Família. Sai do parque pela entrada principal e fui descendo até a avenida principal (quem tem problema de locomoção, sugiro que vá de taxi ao parque). Dali andei ainda mais um pouco até a Estação de metro Lesseps e desci na Estação Sagrada Família que fica bem em frente a igreja.
Resolvi almoçar antes de começar a visita. Depois de um bom almoço ali mesmo perto da igreja, fui para a fila do ingresso (12 €). Antes de entrar, a igreja já impressiona pela sua altura e por está inacabada.
Fachada da Paixão.
Detalhe do crucifixo na fachada da paixão.
CATEDRAL DA SAGRADA FAMÍLIA
Imaginei que depois da Catedral de Toledo, nenhuma outra igreja iria me impressionar. Me enganei, a Sagrada Família me deixou de boca aberta. Seu interior chamou mais ainda a minha atenção. Gaudí era muito ligado a natureza e por isso o interior da igreja apresenta um estilo pessoal. Ele idealizou o uso de colunas em forma de tronco de árvore, assim o interior das naves do templo se assemelha uma floresta.
O Templo Expiatório da Sagrada Família, também conhecido simplesmente como Sagrada Família, é um grande templo católico, considerado por muitos críticos como a obra-prima de Gaudí expoente da arquitetura modernista catalã.
Financiado unicamente por contribuições privadas, o projeto foi iniciado em 1882 e assumido por Gaudí em 1883, quando tinha 31 anos de idade, dedicando-lhe os seus últimos 40 anos de vida. A construção foi suspensa em 1936 devido à Guerra Civil Espanhola e não se estima a conclusão para antes de 2026, centenário da morte de Gaudí.
A construção começou em estilo neogótico, mas o projeto foi reformulado completamente por Gaudí ao assumi-lo. O templo foi projetado para ter três grandes fachadas: a Fachada da Natividade, quase terminada com Gaudí ainda em vida, a Fachada da Paixão, iniciada em 1952, e a Fachada da Glória, ainda por completar. Segundo o seu proceder habitual, a partir de esboços gerais do edifício Gaudí improvisou a construção à medida que esta avançava.
O templo, quando estiver terminado, terá 18 torres: quatro em cada uma das três entradas-portais, a jeito de cúpulas; irá ter um sistema de seis torres, a central dedicada a Jesus Cristo, de 170 metros de altura, outras quatro ao redor desta, dedicadas aos evangelistas, e uma outra dedicada à Virgem.
O seu interior é como se fosse uma floresta. As colunas da nave central foram pensadas como troncos de arvores.
No dia anterior durante o City Tour, passei pela praia. Como eu não havia parado e ainda estava claro (mesmo sendo 08 da noite), resolvi então ir da Sagrada Família até a praia de Barcelona. Fui de metro e desci na estação Barceloneta, andei por ali sem pressa pela marina e terminei a minha visita a Barcelona observando o Mar Mediterrâneo.
>> Veja roteiro completo da minha viagem pela Europa.
0 Comentários